A maior plataforma de oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, a Plataforma Unitaria Democrática (PUD), denunciou nesta sexta-feira (14) a deterioração das condições dos cinco asilados na residência da Embaixada da Argentina em Caracas. O grupo, formado por colaboradores da líder opositora María Corina Machado, está abrigado na sede diplomática, protegida pelo Brasil, desde março de 2024 e sofre assédio contínuo por parte de forças chavistas.
Em comunicado, a PUD pediu à comunidade internacional que some esforços para garantir uma “pronta solução” para a crise e que os refugiados recebam salvo-condutos para deixar a Venezuela.
“Cada dia se agravam as condições”, denunciou a coalizão opositora, alertando para o impacto da perseguição imposta pelo regime de Maduro.
Os asilados na embaixada são Magalli Meda, Claudia Macero, Omar González, Pedro Urruchurtu e Humberto Villalobos, todos acusados pela ditadura chavista de supostos crimes de conspiração e traição à pátria. Antes, o ex-ministro Fernando Martínez Mottola também estava refugiado no local, mas, em dezembro de 2024, saiu do local e se apresentou à procuradoria chavista para prestar depoimento sob circunstâncias suspeitas, já que alguns acreditam ele foi pressionado e ameaçado.
Segundo a oposição, o grupo está há 83 dias sem eletricidade, após a empresa estatal responsável pelo fornecimento de energia retirar os fusíveis da embaixada.
“Estas cinco pessoas hoje dependem de um gerador elétrico habilitado para casos de emergência, e cujo uso racionam para poder garantir a mínima conectividade necessária”, alertou a PUD, destacando a recusa do regime em restabelecer o serviço.
Além da falta de eletricidade, a coalizão afirmou que há restrições severas ao acesso de água, alimentos e medicamentos, controladas pelos agentes de segurança da ditadura que cercam a embaixada desde novembro.
“O ingresso desses produtos depende das arbitrárias ordens dos corpos repressivos do regime”, denunciou.
A situação se agravou nas últimas semanas, com a negativa contínua da entrada de caminhões-pipa para abastecimento de água potável. “A residência já não conta com água”, alertou a PUD.
A aliança de oposição também denunciou a existência de uma “permanente ameaça” contra qualquer pessoa que tente levar mantimentos aos asilados.
“Não satisfeitos em não autorizar a entrada, eles os retêm por até duas horas para depois devolvê-los, não sem antes ameaçá-los. Isso dificulta enormemente a disponibilidade e a viabilidade do fornecimento de suprimentos, diante do risco que implica para quem se atreve a se aproximar”, afirmou.