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Após acusação de estupro, Justiça decreta prisão preventiva de Kel Ferreti

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Além da denúncia do MPAL, ele havia sido indiciado anteriormente pela Polícia Civil pelos crimes de lesão corporal e estupro.

Foto: Reprodução

O Ministério Público de Alagoas (MPAL)  informou, na tarde desta quinta-feira (19) que a Justiça decretou a prisão preventiva de Kel Ferreti pelo crime de estupro. Kleverton Pinheiro de Oliveira, que também é ex-policial militar, foi denunciado no último dia 11 pelo crime de estupro. Além da denúncia do MPAL, ele havia sido indiciado anteriormente pela Polícia Civil pelos crimes de lesão corporal e estupro.

A decisão foi tomada pelo Juízo da 4ª Vara Criminal da Capital, atendendo pedido formulado pelos promotores de Justiça que atuam no processo . Foi considerada a necessidade de garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e a segurança da aplicação da lei, sendo consideradas todas as circunstâncias que envolvem o referido caso.

Os promotores que atuam nesse caso reafirmam o compromisso institucional do MP de Alagoas em assegurar à vítima a sua ampla proteção e promoção de seus direitos, o que vem sendo feito logo que teve conhecimento da ocorrência por parte da ofendida, podendo inclusive buscar o apoio psicológico a ela a seus familiares caso necessário, e garantem que não vão economizar esforços para buscar a responsabilização do autor do fato na forma da lei, garantindo-lhe a ampla defesa e o contraditório, de maneira que não haja o estímulo a novos crimes e renovação de ilícitos dessa natureza.

A denúncia e o aditamento formulados pelos promotores de Justiça também foram devidamente recebidos e determinadas outras providências, inclusive a decretação do segredo de justiça na tramitação do processo, conforme requerimento do Ministério Público, e por isso a ação penal terá seu início doravante, sendo prevista a aplicação de uma pena de 6 a 10 anos de reclusão, em caso de condenação.

O caso

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) narra que o influenciador digital e ex-policial militar Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, abordou a vítima, uma enfermeira de 28 anos, em um grupo virtual. Logo após a entrada dela no grupo, ele entrou em contato no privado solicitando os dados bancários para realizar um Pix. Diferente dos R$ 50 que costumava enviar aos participantes, Ferreti transferiu R$ 100 para a vítima.

Nos dias seguintes, segundo o documento, o influenciador manteve contato com a mulher, destacando ser casado, pai de gêmeos e policial, sempre exibindo um estilo de vida de alto poder aquisitivo. A vítima, por estar em situação financeira delicada, prosseguiu com as conversas e solicitava pequenas quantias em dinheiro, como R$ 100, pedidos que geralmente eram atendidos por ele.

A denúncia aponta ainda que Ferreti chegou a questionar a vítima sobre o valor que ela cobraria para ficar com ele. A mulher respondeu que não era garota de programa. A peça ministerial relata que o influenciador sugeriu que a vítima precisaria “dar coisas em troca” para ter acesso a mais dinheiro. Nesse contexto, ele pediu fotos e vídeos íntimos, que acabaram sendo enviados pela mulher. Durante as conversas, Ferreti perguntou se ela gostava de “levar tapas durante o ato sexual”, afirmando que ele tinha interesse na prática, mas sua esposa não gostava. A vítima, acreditando se tratar de “tapinhas leves”, respondeu de forma descontraída, afirmando: “Assim vou sair de costela quebrada”.

De acordo com o depoimento da vítima à polícia, embora as conversas tivessem conotação sexual e as palavras fossem usadas para agradar Ferreti, ela jamais imaginou que sofreria tamanha violência no encontro. O influenciador teria dito que “não aguentava mais a esposa” e que estava “precisando de algo fora”, o que fez com que a vítima aceitasse marcar o encontro.

Detalhes do crime

O encontro ocorreu em 16 de junho deste ano, em uma pousada no bairro Cruz das Almas. Segundo o relato da enfermeira, descrito pelo Ministério Público, o crime aconteceu de forma agressiva. Kel Ferreti começou beijando a vítima com mordidas violentas, chegando a forçar a penetração sem que ela estivesse lubrificada, o que a machucou. Em seguida, enquanto estava sentado na cama com a vítima “montada” em suas pernas, ele deu socos nas costelas e no quadril dela, além de tapas fortes no rosto. Um dos golpes, dado com a mão fechada, atingiu de raspão o lado esquerdo do rosto da vítima, que ficou inchado.

Ainda segundo o documento, em determinado momento, a vítima foi colocada de costas, e Ferreti levantou suas pernas, penetrando-a com brutalidade e usando força excessiva, o que a fez sentir dor. Apesar de se contorcer e tentar se afastar, a vítima permaneceu em choque, temendo que ele a matasse, sem conseguir verbalizar um pedido de parada.

O Ministério Público também destaca que o denunciado não usou preservativo e chegou a morder os seios da vítima com tanta força que ela reclamou de dor. Em resposta, Ferreti teria dito que “iria arrancar os peitos” dela e continuou mordendo ainda mais agressivamente. A denúncia cita que, durante as agressões, a vítima ouviu do influenciador: “Mas você gosta de apanhar”.

Após o ato, Ferreti vestiu as roupas e se despediu, sugerindo que a mulher ingerisse cerveja e perguntando, em terceira pessoa, se ela tinha gostado “do Kell Ferreti”.

Busca por ajuda

Nos dias seguintes, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Virtual e relatou a situação para dois colegas, sendo orientada por um deles a procurar ajuda na Sala Lilás. Cinco dias após o fato, ela foi atendida no Hospital da Mulher. A denúncia acrescenta que a vítima enviou fotos para Ferreti mostrando as marcas das agressões, ao que ele teria respondido com desdém: “Põe gelo no local” e “Sou policial, já bati muito em bandido, sei a força que uso”.

O Ministério Público concluiu que a atitude de Ferreti demonstra desprezo pelo sofrimento da vítima, reforçando as evidências do crime.

FONTE: MP/AL

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Fonte: Portal Acta

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