Um avião colombiano viaja nesta segunda-feira (27) para a cidade de San Diego, no estado da Califórnia (EUA), onde vai repatriar 110 deportados.
A viagem ocorre após a crise diplomática com os Estados Unidos causada pela decisão do presidente socialista da Colômbia, Gustavo Petro, de não permitir a chegada de dois aviões americanos com migrantes deportados.
O Ministério das Relações Exteriores colombiano disse em um comunicado que o governo do país forneceu “um avião da Força Aérea” para “trazer de volta para casa 110 colombianos deportados dos Estados Unidos, cumprindo os protocolos estabelecidos para o retorno digno e com direitos garantidos para os cidadãos que chegam em voos de deportação”.
Funcionários do departamento migratório e do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia estão na aeronave, assim como profissionais da área da saúde, para garantir “o respeito aos direitos dos cidadãos e realizar o monitoramento médico, se necessário”.
O Ministério das Relações Exteriores colombiano disse que “é esperado que outro avião parta nos próximos dias com o mesmo objetivo”.
Neste domingo (26), Petro inicialmente rejeitou dois voos enviados pelos EUA com deportados e declarou na rede social X que “um migrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece”.
“É por isso que eu mandei de volta os aviões militares dos EUA que estavam transportando migrantes colombianos”, disse.
Os EUA usaram aeronaves militares nessa operação e trouxeram migrantes algemados, um procedimento padrão que adotam há décadas em operações do tipo, de acordo com a Casa Branca.
A declaração de Petro levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a ordenar a imposição de tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos exportados para o país e anunciou que, em uma semana, elas seriam aumentadas para 50%, além da aplicação de outras sanções em relação a vistos e imigração.
Petro respondeu com o princípio da reciprocidade e ordenou que o ministro do Comércio, Indústria e Turismo, Luis Carlos Reyes, “aumentasse as tarifas sobre exportações dos EUA em 25%”.
No entanto, a Casa Branca informou, no final do domingo, que o governo colombiano aceitou “todos os termos do presidente Trump” sobre a questão, o que pôs fim à crise.
Entre esses termos está a “aceitação irrestrita de todos os estrangeiros ilegais da Colômbia que retornam dos Estados Unidos, inclusive em aeronaves militares, sem limitação ou atraso”.
Por sua vez, o governo colombiano disse em um comunicado que havia “superado o impasse com o governo dos EUA” e que havia disponibilizando seus aviões para os repatriados, como aconteceu nesse caso.