Desde a fundação, Delegacia de Crimes contra Vulneráveis já recebeu 43 ocorrências de intolerância religiosa
Ao todo, foram 24 casos de racismo religioso e 19 de injúria racial, entre agosto de 2022 e dezembro de 2024.
Delegacia especializada funciona no Code, em Mangabeiras. FOTO: reprodução
Desde a sua fundação, em agosto de 2022, a Delegacia Especial de Crimes contra Vulneráveis de Alagoas já recebeu 1.337 registros de ocorrências. Destes, 43 casos foram de intolerância religiosa, sendo a maioria por racismo religioso. A informação foi divulgada nesta terça-feira (4), pela Polícia Civil.
Ao todo, foram 24 casos de racismo religioso e 19 de injúria racial, entre agosto de 2022 e dezembro de 2024.
De acordo com a PC, todos esses crimes foram cometidos contra pessoas e comunidades praticantes da religião de matriz africana.
A delegacia é comandada pela delegada Rebecca Cordeiro.
“O crime de intolerância religiosa é um crime que atenta diretamente à liberdade de crença garantida pela Constituição Federal e atinge principalmente aos adeptos das religiões de matriz africana. Por isso, muitas vezes, ele é chamado de racismo religioso, quando é voltado contra essas comunidades. Na verdade, se você verificar, não se nota contra outras religiões que não cultuam o Deus cristão, uma animosidade tão grande quanto a que vemos dirigida às religiões de matriz africana”, pontua a delegada.
A delegacia recebeu o nome de Tia Marcelina, uma das vítimas do Quebra de Xangô, um evento de intolerância religiosa que ocorreu no dia 2 de fevereiro de 1912 em Maceió, onde grupos de pessoas destruíram terreiros e perseguindo adeptos de religiões de matriz africana.
Tia Marcelina foi atacada durante o Quebra e morreu meses depois.
O nome da delegacia, além de homenagear uma das figuras mais importantes das religiões de matriz africana, reafirma o compromisso de garantir que os casos de intolerância religiosa sejam investigados e combatidos.
FONTE: com informações da PC-AL
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