O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, firmou um acordo com os Estados Unidos para receber imigrantes ilegais que cometeram crimes graves no país. O líder salvadorenho ainda ofereceu seus presídios para abrigar encarcerados de nacionalidade americana que estão sob vigilância máxima de Washington.
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nesta segunda-feira (3), após quase três horas de reunião com Bukele na propriedade do presidente salvadorenho no Lago Coatepeque.
“Nenhum país jamais fez uma oferta de amizade como essa”, disse o integrante do governo Trump ao classificar o acordo migratório como “o mais extraordinário e sem precedentes em qualquer lugar do mundo”.
De acordo com o chefe da diplomacia americana, na reunião eles definiram que El Salvador aceitará “a deportação de estrangeiros ilegais nos Estados Unidos que são criminosos de qualquer nacionalidade, sejam eles da (gangue americana de origem salvadorenha) MS-13 ou do (grupo criminoso venezuelano) Tren de Aragua, e os abrigaria em suas prisões”.
Mas Rubio também surpreendeu ao explicar que Bukele até se ofereceu para “abrigar em suas prisões criminosos americanos perigosos” que estão presos nos EUA, tanto os que têm cidadania quanto os que têm residência legal no país.
O chefe da diplomacia americana disse ainda que conversou sobre o assunto com o presidente Donald Trump e essa oferta de Bukele é “apenas um sinal do amigo incrível” que ele é para os Estados Unidos. Durante a reunião com Rubio, o próprio Bukele havia antecipado que os dois fechariam um acordo de imigração “sem precedentes” entre os Estados Unidos e El Salvador.
Não ficou claro se a Casa Branca planeja aceitar a oferta em sua totalidade e se há legalidade em enviar cidadãos americanos para uma prisão estrangeira. O Departamento de Estado americano não se manifestou sobre o assunto até o momento.
O presidente salvadorenho pediu em troca que os Estados Unidos aceitassem “a oportunidade de terceirizar parte de seu sistema prisional” para seu Centro de Confinamento contra o Terrorismo (CECOT), a maior prisão do mundo construída para abrigar 40 mil presos.
Em uma publicação no X, Bukele argumentou que as taxas que o país cobraria seriam “relativamente baixas” para os EUA, mas significativas para seu país, tornando todo o nosso sistema prisional “sustentável”.
O bilionário Elon Musk expressou concordância com a “oferta” do país centro-americano, afirmando que o plano é uma “boa ideia”.
Bukele é um dos aliados mais próximos de Trump na América Latina e o primeiro presidente da região a ser chamado pelo presidente após seu retorno à Casa Branca. O presidente salvadorenho afirmou que os Estados Unidos são o “parceiro mais importante” de El Salvador e que “estar no grupo de aliados dos EUA é melhor” para o país.