O ministro interino das Finanças da Síria, Mohamed Abazaid, declarou neste domingo (5) que o novo governo controlado pelos rebeldes após a derrubada do ditador Bashar al-Assad pretende aumentar os salários dos funcionários públicos em 400% a partir de fevereiro.
Em entrevista à agência oficial de notícias síria “SANA”, o ministro interino comentou que o aumento deveria ser implementado no início deste mês, mas será adiado porque “o governo ficou surpreso com o número de funcionários registrados em entidades públicas, que é muito maior do que os números reais”.
De acordo com Abazaid, há “nomes imaginários de pessoas que recebem seus salários de casa sem fazer nenhum trabalho” na administração pública, algo pelo qual culpou o regime de Assad e sua “política de favoritismo”.
O ministro indicou que o aumento de 400% – que, de acordo com a imprensa síria, significará cerca de US$ 130 milhões para os cofres públicos da Síria – será ratificado em fevereiro, “após a reconstrução das entidades públicas e a reavaliação dos funcionários”.
De acordo com Abazaid, há atualmente cerca de 1,25 milhão de funcionários públicos no país árabe, onde a coalizão de grupos rebeldes islâmicos liderados pelo Organização pela Libertação do Levante (HTS) está no poder desde 8 de dezembro, após a queda de Assad e sua fuga para Moscou.
Por enquanto, Abazaid declarou que as autoridades também estão verificando a lista de aposentados registrados no país e que eles receberão suas pensões a partir deste domingo até que o processo seja concluído.
A Síria atravessa um processo de transição após mais de meio século da família Assad no poder, em um momento em que as autoridades sírias se concentram na recuperação econômica e na reconstrução de um país devastado por 14 anos de guerra que dilapidou sua infraestrutura.
O novo governo interino da Síria está tentando uma aproximação com parte da comunidade internacional para restabelecer laços, ao mesmo tempo em que exige a suspensão das sanções ocidentais impostas aos país na época de Assad, para enfrentarem a crise econômica.