O Hamas e a Jihad Islâmica Palestina entregaram à Cruz Vermelha nesta quinta-feira (30), no sul da Faixa de Gaza, os reféns israelenses Arbel Yehud e Gadi Moses, bem como cinco cidadãos tailandeses, em uma libertação realizada em meio a milhares de moradores do enclave que foram ao local.
“De acordo com informações fornecidas pela Cruz Vermelha, sete reféns, incluindo dois israelenses e cinco estrangeiros, foram transferidos”, confirmaram as Forças Armadas israelenses.
Os militantes escoltaram Moses, de 80 anos, até a mesma van em que Yehud estava, segundo o correspondente no local da emissora catariana Al Jazeera, embora as imagens não permitissem ver esses movimentos no meio de uma multidão de pessoas, muitas delas cercando os veículos.
Os cidadãos tailandeses foram transferidos para outros dois veículos. Todos eles serão colocados sob custódia do Exército israelense na passagem de Kerem Shalom, no extremo sudeste de Gaza.
A libertação ocorreu em frente à casa em ruínas do líder do Hamas na Faixa de Gaza e mentor do ataque de 7 de outubro de 2023, Yahya Sinwar, que foi morto por tropas israelenses em outubro do ano passado em Rafah, também no sul do enclave.
Em meio a gritos de “Alá é grande”, assobios e aplausos, as imagens divulgadas até agora mostram Yehud abrindo caminho no meio da multidão em direção às vans da Cruz Vermelha.
Milhares de pessoas, incluindo civis e militantes, alguns carregando bandeiras do Hamas ou da Jihad Islâmica, se aglomeraram no ponto de libertação em Khan Younis para assistir à entrega dos reféns aos agentes da Cruz Vermelha.
“As multidões que se reuniram para acompanhar a libertação dos prisioneiros são uma mensagem ao mundo de que nosso povo se une firmemente à resistência, a abraça e que a ocupação não conseguiu isolá-la”, disse o Hamas em um comunicado.
Os mesmos representantes da Cruz Vermelha Internacional que recolheram a militar Agam Berger mais cedo em Jabalia, no norte de Gaza, desceram em comboio até Khan Younis para certificar a libertação dos demais reféns.
A libertação em Khan Younis foi semelhante à primeira troca de reféns em 19 de janeiro, na qual os prisioneiros também eram civis, embora mais moradores de Gaza tenham comparecido desta vez.
Já a soltura de Berger nesta quinta-feira e de suas quatro companheiras militares no sábado passado teve um carácter diferente, mais teatral, em que os milicianos fizeram os agentes da Cruz Vermelha e os reféns, vestidos com uniformes do Exército, subir em um palco.
Devido à quantidade de pessoas no local, os milicianos tiveram que abrir caminho no meio da multidão para permitir a saída das ambulâncias.
Como parte do acordo, Israel libertará 110 prisioneiros palestinos nesta quinta-feira, entre eles 32 condenados à prisão perpétua no país.