O líder do grupo terrorista xiita libanês do Hezbollah, Naim Qassem, pediu aos rebeldes levados ao poder na Síria que considerem Israel como o verdadeiro “inimigo” do novo regime. Qassem afirmou neste sábado (14) que ainda é muito cedo para “julgar” as reais intenções dos insurgentes, dias após a queda do ditador Bashar al-Assad após mais de duas décadas no poder. Ele disse que espera poder criar uma relação de cooperação com os governantes do país vizinho.
“Ajudamos a Síria porque ela estava na posição da Resistência, mas agora o regime caiu nas mãos de novas forças. Não podemos julgar essas forças até que elas se estabeleçam e adotem posições claras”, disse Qassem durante um discurso televisionado em canais semelhantes.
“Esperamos que a escolha do novo regime e do povo sírio seja a cooperação entre os dois povos e os dois governos da Síria e do Líbano”, acrescentou o secretário-geral do Hezbollah, que apoiou militarmente o regime do ditador Assad durante sua guerra contra os mesmos grupos insurgentes.
O líder do grupo libanês também reconheceu que, com a derrubada de seu aliado, o Hezbollah perdeu suas rotas de suprimentos “militares” através da Síria, embora não descarte que o governo interino possa novamente facilitar seu trânsito no futuro.
O Hezbollah costumava receber grande parte de suas armas e materiais de defesa do Irã por meio do território sírio, onde entravam no Líbano diretamente pela fronteira.
O grupo xiita Hezbollah era um importante aliado de Damasco e manteve uma presença significativa de suas tropas na Síria para apoiar o governo de Assad durante a guerra que começou no país após as revoltas populares de 2011.