quinta-feira, 30 janeiro 2025

Itamaraty diz que Embaixada do Brasil foi atacada no Congo

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O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça-feira (28) que a Embaixada do Brasil em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi atacada em meio a protestos pela invasão de rebeldes e de forças do Exército de Ruanda. Em nota, a pasta disse que os servidores não foram atingidos e que a bandeira brasileira “foi retirada e levada pela multidão”.

“O governo brasileiro expressa grave preocupação com os ataques a representações diplomáticas estrangeiras ocorridos hoje, 28/1, em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, inclusive à Embaixada do Brasil, cuja bandeira foi retirada e levada pela multidão”, diz o comunicado.

O Itamaraty ressaltou que o encarregado de negócios e funcionários da embaixada “não foram atingidos nesse incidente” e disse confiar que o governo congolês atuará para conter a crise. As representações diplomáticas dos Estados Unidos, França, Bélgica e Ruanda também foram atacadas.

“O Brasil condena de forma veemente os ataques a tropas da Missão da ONU para Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO) e da missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral na RDC (SAMIRDC), que resultaram, até o momento, na morte de 13 de seus integrantes”, disse a pasta em outra nota divulgada nesta terça (28).

Reportagem da Gazeta do Povo mostrou que cinco militares brasileiros estão entre as tropas de paz da ONU que tentam defender a cidade de Goma, na República Democrática do Congo, do avanço dos rebeldes.

Mais cedo, a pasta informou em nota que o telefone de plantão do setor consular da Embaixada em Kinshasa (+243 (81) 268-6274) está à disposição para atender brasileiros em situação de emergência. Além disso, o plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.

O Itamaraty recomenda que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada no país acompanhem a página e as mídias sociais da embaixada e mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e evitem aglomerações.

A Gazeta do Povo perguntou ao Ministério das Relações Exteriores sobre a manutenção do atendimento aos brasileiros que estão na República Democrática do Congo, mas ainda não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.

Conflito na República Democrática do Congo

No último domingo (26), tropas do movimento rebelde M23, de etnia Tutsi, apoiados pelas Forças Armadas de Ruanda invadiram Goma, a maior cidade do leste da República Democrática do Congo, com 1 milhão de habitantes.

Protesto eclodiram em meio ao conflito e manifestantes atacaram várias representações diplomáticas na capital do país. Pneus foram queimados em frente aos edifícios e saques foram registrados. Entre as embaixadas atingidas estão a dos Estados Unidos, França, Bélgica, Uganda e Ruanda.

Os manifestantes denunciaram o silêncio e a inação dos governos diante da escalada da crise e pediram maior envolvimento da comunidade internacional no processo de paz.

A atividade armada do M23 foi retomada em novembro de 2021 com ataques-relâmpago contra o Exército congolês em Kivu do Norte e, em março de 2022, o grupo iniciou uma ofensiva com a captura e perda recorrentes de cidades.

Desde então, o M23 avançou em várias frentes até chegar perto de Goma, cidade com cerca de dois milhões de habitantes, sede de ONGs internacionais e instituições da ONU e que o grupo ocupou por dez dias em 2012.

Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado em um conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão de paz da ONU no país. (Com Agência EFE)



Fonte: Gazeta do Povo

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