A líder da oposição venezuelana María Corina Machado disse nesta segunda-feira (3) que conversou com Richard Grenell, enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua visita a Caracas, onde se reuniu com o ditador Nicolás Maduro, cujo terceiro mandato não é reconhecido pelo governo americano.
“Devo dizer que eu estava ciente desta visita antes que ela acontecesse, fui informada e também falei com o enviado especial do presidente dos Estados Unidos durante sua visita, ele também me informou sobre o resultado da visita”, disse a ex-deputada em um encontro virtual com jornalistas.
Maria Corina afirmou que os representantes e responsáveis pelo “caso da Venezuela” no governo de Trump têm “enormes referências” da situação.
“Incluindo o próprio presidente Donald Trump, e ele deixou muito claro que não há negociação aqui, Maduro pode dizer o que quiser para seus grupos internos que estão matando uns aos outros”, acrescentou.
A líder da oposição reiterou que a Venezuela é “uma ameaça à segurança hemisférica e à segurança nacional dos Estados Unidos, e garanto que isso está muito claro neste governo”.
Trump disse no último sábado (1º) que o regime da Venezuela aceitou receber no país seus cidadãos deportados na campanha do governo americano e também assumir o controle do transporte deles.
O presidente dos EUA celebrou na última sexta (31) a libertação de seis cidadãos americanos que estavam detidos na Venezuela e que retornaram aos Estados Unidos em um avião com Grenell, que durante sua visita oficial a Caracas se encontrou com Maduro.
A ditadura chavista disse que Maduro havia estabelecido as bases para reiniciar as relações bilaterais, rompidas desde 2019, mas Washington assegurou que a missão de Grenell se limitava a fazer com que Caracas aceitasse voos de deportação de migrantes sem documentos e garantir a libertação de americanos detidos.
Trump garantiu que não permitirá a compra de petróleo da Venezuela como fez seu antecessor, Joe Biden, que aliviou o esquema de sanções com a emissão de licenças para empresas estrangeiras, incluindo a americana Chevron, para operar no país, que conta com as maiores reservas comprovadas de petróleo bruto.