As vendas de veículos novos cresceram 15% em 2024, quando comparado aos 12 meses anteriores. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Esse é o maior crescimento percentual do setor desde 2007.
Foram emplacados 2,654 milhões de veículos leves e pesados em 2024, contra 2,312 milhões no ano passado. Comparando o primeiro contra o segundo semestre deste ano, a alta foi de 32%.
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No ano, o Brasil obteve o maior crescimento entre os 10 principais mercados globais de veículos, devido ao ciclo de investimento de R$ 180 bilhões anunciado pelas montadoras, o maior da história do setor automotivo brasileiro.
“O primeiro semestre deste ano já tinha sido melhor que em 2023, mas foi no segundo semestre que crescemos 32%, voltando aos níveis pré-pandemia”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
O resultado coloca o país à frente de países como Estados Unidos, Alemanha, Índia e China. Veja abaixo a lista.
- Brasil: 15%;
- Canadá: 10,5%;
- México: 9,4%;
- China: 3,8%;
- Índia: 3,4%;
- Estados Unidos: 2,8%;
- Reino Unido: 2,5%;
- Alemanha: – 0,4%;
- França: – 3%
- Japão: – 7,2%.
Para 2025, a Anfavea prevê um crescimento de 5,8% nos emplacamentos de veículos leves, passando de 2,5 milhões para 2,6 milhões de unidades. Os pesados devem ter alta de 2,1%, passando de 146 mil para 149 mil no ano que vem.
A estimativa foi reduzida pela associação depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (11), que elevou a taxa básica de juros do país em 1 ponto percentual, chegando a 12,25% ao ano.
“O cenário para o ano que vem nos fez rever as projeções para 2025, pois estamos trabalhando com a expectativa de que a taxa básica de juros deva girar entre 14,25% e 14,5%”, afirmou Lima Leite.
Produção
Um bom ano em vendas também se refletiu em uma melhora dos números de produção. A fabricação de veículos novos cresceu
Como disse o presidente da Anfavea, a melhora entre os semestres foi evidente. A alta de produção foi de 26,2% entre o primeiro e o segundo semestre.
E isso se refletiu nas vagas de trabalho, pois o setor criou aproximadamente 100 mil novos empregos na cadeia automotiva (diretos e indiretos) nos últimos 12 meses.
De acordo com os dados da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos), o segundo semestre deste ano foi o que teve o melhor resultado em vendas nos últimos 10 anos.
Novas tecnologias
Ainda de acordo com as novas tecnologias de propulsão, como os carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in, 2024 foi o ano responsável pela inversão de posições. De janeiro a outubro deste ano, os carros elétricos estavam na liderança de emplacamentos desses novos tipos de propulsão, deixando os híbridos e os híbridos plug-in na segunda e terceira posição, respectivamente.
Mas o perfil do consumidor mudou e, a partir de outubro, os híbridos deram um salto e, segundo projeções da Anfavea, vão fechar 2024 na liderança de vendas. Até mesmo os híbridos plug-in, que precisam ser recarregados na tomada, emplacaram mais e deixaram a terceira posição para os veículos elétricos.
Para se ter ideia: em janeiro, foram emplacados 4,4 mil carros elétricos, 3,9 mil híbridos e 3,8 mil híbridos plug-in. Dezembro deve fechar com 7 mil híbridos emplacados, 6,9 mil híbridos plug-in e apenas 5,9 mil elétricos.
No cenário geral, considerando tanto veículos quanto comerciais leves de todos os tipos de propulsão, a participação de mercado de híbridos e híbridos plug-in (somados) cresceu para 4,5% em 2024, frente em 3,4% de 2023. O mesmo ocorreu com os elétricos, que saltou de 0,9% em 2023 para 2,5% este ano.
Em números, somando os 12 meses de 2024, foram 63,1 mil veículos elétricos, 57 mil híbridos plug-in e 55,4 mil híbridos vendidos no acumulado do ano. Para efeito de comparação, em 2023 foram 19,3 mil carros elétricos, 32,2 mil híbridos plug-in e 42,5 mil híbridos comercializados.
Crescimento de emplacamentos de elétricos, híbridos e híbridos plug-in de 2023 para 2024:
- Elétricos: 326%;
- Híbridos plug-in: 178%;
- Híbridos: 130%.
Considerando os carros a combustão, híbridos de todas os matizes e também os totalmente elétricos, os SUVs continuam liderando os emplacamentos. De acordo com dados da Fenabrave, os utilitários esportivos corresponderam a 37,5% do mercado em 2024, à frente dos hatches (27,7%), picapes (19%) e sedãs (11,9%).
Importação
Das 463 mil unidades importadas de janeiro a novembro de 2024, a participação de produtos provenientes do Mercosul e México representou 38,5%. O restante veio de outros mercados, sobretudo da China. As importações do país asiático cresceram 415% este ano, totalizando 165 mil unidades.
Por isso, a participação das montadoras que não fabricam no Brasil, nas importações, deu um salto de 14% para 28% na comparação de 2023 com 2024.
Com esse montante, as importações superaram as exportações pela primeira vez desde 2015. De janeiro a novembro, foram 463 mil veículos trazidos para o Brasil, enquanto os exportados para outros mercados somaram apenas 403 mil.