Friedrich Merz, líder do bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã e pela União Social Cristã (CDU/CSU), declarou vitória nas eleições legislativas realizadas na Alemanha neste domingo (23), enquanto a líder do partido de direita nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, comemorou os ganhos da legenda e o atual chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), reconheceu a derrota.
Os resultados oficiais ainda não saíram, mas pesquisas boca de urna indicaram que o CDU/CSU conquistou 29% dos votos, enquanto o AfD chegou perto dos 20% e o SPD teve 16%.
“O mundo não vai esperar por nós, nem vai esperar por longas negociações e conversas sobre coalizão”, Merz afirmou a apoiadores em Berlim após a divulgação dos levantamentos, segundo informações da imprensa alemã.
“Agora precisamos recuperar rapidamente nossa capacidade de agir para que possamos fazer a coisa certa em casa, para que estejamos novamente presentes na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está sendo governada de forma confiável novamente”, acrescentou.
Já Weidel comemorou o desempenho do AfD, que dobrou sua porcentagem de votos em relação ao pleito de 2021, e disse que isso dará fôlego ao partido como oposição – Merz descartou durante a campanha formar coalizão com o AfD caso o CDU/CSU confirmasse as projeções e vencesse a eleição.
“Continuaremos a fazer nosso trabalho na oposição de forma tão construtiva quanto temos feito desde 2017”, disse Weidel. “Vamos atrás dos outros [partidos] para fazer políticas sensatas para o nosso país.”
Weidel não descartou conversas com Merz para que o AfD faça parte do novo governo, mas indicou que sua legenda já pensa no futuro.
“A próxima eleição chegará e então ultrapassaremos o CDU como o partido mais forte”, disse a líder da direita nacionalista.
Por sua vez, Scholz lamentou o desempenho do SPD, que perdeu dez pontos percentuais nesta eleição em relação a 2021.
Ele disse que se trata de uma derrota “amarga”. “O resultado da eleição é ruim e eu assumo a responsabilidade”, disse Scholz a membros do SPD, em pronunciamento no qual parabenizou Merz.
Entretanto, com a decisão do CDU/CSU de não formar coalizão com o AfD, é provável que o SPD seja chamado a formar parte do novo governo alemão.