A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) anunciou neste domingo (26) que fará uma reunião extraordinária de emergência para o próximo dia 30 de janeiro, quinta-feira, convocada pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, que atualmente lidera a organização.
A convocação surge em meio a uma crescente crise diplomática envolvendo deportações dos Estados Unidos. A situação se agravou após a Colômbia e o México recusarem a entrada de aviões militares norte-americanos transportando deportados, citando a ausência de protocolos que garantam dignidade aos migrantes durante o processo de repatriação.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, que se recusou a receber os voos, criticou as condições impostas aos imigrantes e anunciou medidas retaliatórias, incluindo tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos. Em resposta, Trump também aumentou as tarifas sobre produtos colombianos e suspendeu vistos para cidadãos do país. O México, por sua vez, adotou postura semelhante, mas ainda aguarda uma resposta oficial da Casa Branca.
A situação ganhou maior visibilidade após denúncias de maus-tratos sofridos por brasileiros deportados dos Estados Unidos, que chegaram ao Brasil algemados e relataram agressões físicas, além de limitações no acesso a água e banheiros durante o voo. A operação fez parte de um acordo bilateral firmado em 2017, mas que foi criticada por autoridades brasileiras.
A presidente da Celac afirma que, com essa reunião, pretende reforçar a cooperação regional frente às questões migratórias e promover ações conjuntas para lidar com tensões diplomáticas e humanitárias decorrentes das políticas migratórias americanas.