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Papa sinaliza abertura da Igreja para abençoar o casamento gay



O papa Francisco considera a possibilidade de permitir que
padres católicos abençoem os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, de acordo
com informações contidas em uma carta do Vaticano divulgada nesta segunda-feira
(2).

Na carta, Francisco adotou uma postura mais flexível da
Igreja em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, indicando que os
padres têm a permissão de abençoar informalmente casais homossexuais, desde que
a doutrina da Igreja Católica sobre o propósito da união heterossexual
“não seja modificada”.

O pontífice ressaltou que, agindo por caridade pastoral, os
sacerdotes podem exercer seu discernimento para avaliar se tais bênçãos não
implicam na equiparação de uma união do mesmo sexo a um casamento
heterossexual. O Papa sugeriu que tais bênçãos devem manter-se ainda como uma
prática não oficial.

Francisco reiterou na carta que o casamento é uma
“união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher,
naturalmente aberta à concepção de filhos”. No entanto, ele enfatizou a
importância da caridade pastoral “para todas as pessoas”.

“A defesa da verdade objetiva não é a única expressão
dessa caridade, que também é composta por bondade, paciência, compreensão,
ternura, encorajamento”, disse o papa. Francisco ainda pontuou que os
padres não podem tornar-se juízes “que apenas negam, rejeitam e excluem”.

“Por essa razão, a prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênçãos, solicitadas por uma ou várias pessoas, que não transmitam uma concepção equivocada do casamento”, afirmou o pontífice.

A carta de Francisco foi uma resposta a cinco cardeais que
questionaram o pontífice sobre bênçãos cerimoniais para casais homossexuais em
julho.

A resposta de Francisco aos cardeais marca uma inversão da
atual posição oficial do Vaticano. Por meio de uma nota explicativa de 2021, a Congregação
para a Doutrina da Fé afirmou categoricamente que a Igreja não poderia abençoar
as uniões homossexuais porque “Deus não pode abençoar o pecado”.

Os cardeais enviaram uma lista atualizada de cinco
“dúvidas” a Francisco em agosto, pedindo que ele respondesse a
questões doutrinárias que a Igreja Católica deveria abordar. Uma dessas
questões envolvia também a ordenação de mulheres, uma possibilidade que o
Vaticano proíbe.

Em resposta a essa pergunta, Francisco afirmou que a
ordenação de mulheres para o sacerdócio católico poderia ser um “objeto de
estudo”, indo contra a declaração de 1994 do papa João Paulo II, que
proibia definitivamente a ordenação de mulheres na fé católica.



Fonte: Gazeta do Povo

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