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Perícia confirma que professora morreu após ingerir alimento contaminado com praguicida

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Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 18, a Polícia Científica de Alagoas confirmou que o exame toxicológico identificou a presença de praguicidas altamente tóxicos em amostras biológicas coletadas do estômago da professora Joyce dos Santos Silva Cirino, de 36 anos. Ela morreu na quinta-feira, 9, na cidade de São Brás, no interior de Alagoas, após comer uma coxinha oferecida pelo ex-marido, que foi preso dias depois. 

Thalmanny Goulart, chefe de laboratório forense da Polícia Científica, deu detalhes sobre as substâncias detectadas no exame toxicológico feito após o envio de coleta do Instituto Médico Legal (IML). . 

“Essas amostras biológicas foram coletadas no IML e enviadas ao laboratório para analisarmos do ponto de vista toxicológico. Foram encontradas duas substâncias classificadas como altamente tóxicas. Organofosforado, sulfotep e terbufós. Ambas com comércio proibido no território nacional, principalmente no emprego como raticida. Foram encontrados no conteúdo estomacal da Joyce. Vale ressaltar a questão sanitária e o alerta mais uma vez para as autoridades sanitárias quanto a fiscalização do comércio ilegal. Só esse ano foram três casos com a mesma substância, junto aos outros seis casos do ano passado. Temos nove casos do ano passado para cá envolvendo essa substância, assim como outras, para provocar a morte. É importante, sim, alertar a população ao uso irregular desta substância, principalmente em viés criminal”. 

Segundo Goulart, a natureza do exame pericial foi qualitativa, apenas para indicar se havia ou não veneno ingerido pela professora, não sendo observada a quantidade que teria sido ingerida. “A substância não pode estar nem em nível de traço, de tão tóxica que ela é. Não quantificamos pela matriz analisada, não há uma correlação de quantificação na matriz analisada. Por esse motivo, a análise foi apenas de identificação. Resumindo: não era para essa substância estar lá”. 

De acordo com o perito, é difícil identificar esse tipo de substância quando misturada com alimentos. “São substâncias que se apresentam em fórmula de grânulos pequenos. Quando esses grânulos entram em contato com umidade, viram uma espécie de massa. A pessoa que ingere desavisadamente, acaba ingerindo sem perceber. A depender do alimento, o paladar acaba se confundindo com aquele alimento”. 

“A gente concluiu as análises o mais rápido possível para garantir a eficiência da investigação pela Polícia Civil. O nosso resultado foi emitido por esses laudos da química forense, do material coletado, quanto da toxicologia forense. Sim, foram detectadas essas duas substâncias altamente tóxicas. E de prevalência significativa aqui no estado de Alagoas”, acrescentou Thalmanny Goulart. 

O caso – O homem suspeito de matar a professora Joyce dos Santos Silva Cirino, de 36 anos, após supostamente entregar a ela uma coxinha que estaria envenenada, foi preso na manhã da quarta-feira, 16 de outubro, na casa de uma tia, em São Brás, durante cumprimento de mandado de prisão preventiva. A vítima era ex-esposa dele e faleceu na quarta-feira, 9 de outubro.

De acordo com os primeiros levantamentos, a mulher chegou a ser socorrida e encaminhada para uma unidade de saúde em Porto Real do Colégio, mas não resistiu. Em depoimento à polícia, um dos médicos que atendeu Joyce teria apontado indícios de envenenamento como a provável causa da morte dela.



Fonte: TNH1

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