O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, confirmou nesta quarta-feira (8) que não vai comparecer à posse do ditador Nicolás Maduro na próxima sexta-feira (10) e afirmou que as eleições de 28 de julho na Venezuela não foram livres por vários motivos, razão pela qual a Colômbia não pode reconhecê-las.
A Colômbia será representada na cerimônia de posse de Maduro pelo embaixador colombiano em Caracas, Milton Rengifo, conforme confirmado à EFE pela Presidência.
“As últimas eleições na Venezuela não foram livres. Não há eleições livres sob bloqueios. Não podemos reconhecer eleições que não foram livres e esperamos que elas possam ser realizadas em breve sem bloqueios ou intimidações internas”, garantiu Petro em sua conta na rede social X, onde afirmou que não romperá relações diplomáticas com a Venezuela, com o qual a Colômbia compartilha uma fronteira de 2.219 quilômetros.
Nesse sentido, o presidente colombiano, que tentou ser um dos mediadores das discussões entre o regime chavista e a oposição após as eleições, que foram vencidas de fato pelo opositor Edmundo González Urrutia, afirmou que “qualquer desacordo entre governos não deve ser entre nossos povos”.
“A Colômbia não romperá relações diplomáticas com a Venezuela, nem intervirá nos assuntos internos desse país, sem convite. Mas pedimos, a partir de nossa própria luta pelos direitos humanos na Colômbia, que eles sejam respeitados por todos na Venezuela”, declarou Petro.
O mandatário disse que “as forças progressistas da Colômbia manterão sua relação de colaboração e amizade com todas as forças progressistas da Venezuela”.
Petro também condenou por meio do X as prisões de Enrique Márquez, ex-candidato presidencial, e Carlos Correa, um proeminente defensor dos direitos humanos e diretor da ONG Espacio Público na Venezuela. O presidente colombiano se referiu a Márquez como seu “amigo”.
Nos últimos meses, a Colômbia atuou como mediadora, juntamente com o Brasil e, em menor escala, com o México, exigindo a verificação independente dos resultados das eleições de 28 de julho como condição para o reconhecimento da vitória de Maduro, endossada pelo chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
Após o fracasso dessa mediação, nenhuma dessas três potências regionais governadas pela esquerda reconheceu a vitória de Maduro e anunciou que enviaria representantes de baixo escalão para sua posse.