Polícia confirma 5 mortes no Alemão mas Defensoria Pública e OAB dizem que há mais de 15 corpos em UPA

Carro retira três corpos da comunidade da Grota, no Complexo do Alemão — Foto: Reprodução
Número não foi confirmado pela polícia. Grupos de elite das polícias Militar e Civil foram combater o roubo de veículos, de carga e a bancos. Entre os mortos estão uma moradora e um PM.
Redação com g1
A Polícia Militar confirmou no início da tarde desta quinta-feira (21) um quinto morto na operação com a Polícia Civil, nesta quinta-feira (21), no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Trata-se, segundo a corporação, de um criminoso.
Mortes confirmadas pelo polícia:
- O cabo da PM Bruno de Paula Costa, atingido no pescoço em ataque à UPP da Fazendinha;
- Letícia Marinho de Sales, de 50 anos, moradora baleada dentro do carro — segundo parentes, por um policial;
- 3 criminosos, de acordo com a PM, ainda não identificados.
Além dessas mortes confirmadas, porém, a ouvidoria da Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil afirmam que há pelo menos mais 15 corpos deixados na UPA, além dos 5 mortos no Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Os números não foram confirmados pela polícia.
Moradores relataram intensos tiroteios e até rajadas contra um helicóptero. No meio da manhã, mototaxistas saíram em um protesto.
Resumo da operação, segundo informações da PM:
- 5 mortes confirmados;
- 4 presos na Favela da Galinha;
- apreensões: metralhadora .50 (capaz de derrubar helicóptero), quatro fuzis e duas pistolas;
- 400 policiais de Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil;
- 4 helicópteros e 10 veículos blindados usados na ação.
Baleada dentro de carro
Segundo parentes, Letícia era moradora do Recreio e foi baleada dentro do carro por policiais e chegou morta à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Alemão.
Denilson Glória, namorado de Letícia e que estava com ela no carro na hora do ataque, contou que policiais dispararam num sinal da Rua Itararé.
“Ao sair, tinha policial num sinal, paramos. Mesmo assim, o carro foi alvejado”, afirmou. “Só vi ela caindo para o meu lado. Quando eu olhei, tinha um furo no peito”, detalhou.
Jaime Eduardo da Silva, primo de Denílson, também foi atingido de raspão no pescoço.
“E agora, o que vou falar para a família que está lá dentro chorando? O que eu vou dizer para a filha da mulher que está lá chorando? O que eu vou dizer para o neto da mulher que está chorando? Vou falar o quê?”, questionou.
“Foi dado para matar. Porque o policial atravessou na frente do nosso carro e deu o tiro.”
‘Matador de policiais’ do Pará ferido e preso
Um criminoso conhecido como “matador de policiais” no estado do Pará deu entrada na UPA do Alemão ferido a tiros nas pernas, segundo a PM.
“Com mandado de prisão em aberto, “Esquilo”, como é chamado, está sob custódia da Polícia Militar e permanecerá preso”, postou a corporação.
‘Situação tensa’
“A situação na região como um todo ainda é bastante tensa”, afirmou o tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da PM.
O Bope e o Core, grupos de elite das corporações, foram mobilizados, assim como 10 blindados e um helicóptero. Só da PM, 400 homens estão na operação.