O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Secretariado Geral das Nações Unidas rebateram nesta quarta-feira (19) as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Trump fez um post em suas redes sociais com críticas a Zelensky, onde chegou a chamar o ucraniano de “ditador” pela falta de eleições no país.
Scholz classificou as palavras de Trump como “simplesmente falsas e perigosas”. O chanceler argumentou que Zelensky foi democraticamente eleito e que a ausência de eleições regulares se deve à lei marcial imposta na Ucrânia por causa da guerra.
“É correto que Volodymyr Zelensky seja o chefe de Estado eleito da Ucrânia. O fato de que eleições regulares não podem ser realizadas no meio de uma guerra está de acordo com a Constituição ucraniana e a lei eleitoral. Ninguém deve afirmar o contrário”, disse Scholz à revista alemã Der Spiegel.
Por sua vez, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, também reforçou a legitimidade de Zelensky. “O presidente Volodymyr Zelensky assumiu o cargo depois de uma eleição devidamente realizada”, afirmou Stéphane Dujarric, ao ser questionado sobre o comentário de Trump.
A eleição presidencial na Ucrânia deveria ocorrer entre março e abril de 2024, mas foi adiada devido à imposição da lei marcial, o que impossibilita a realização do pleito. Zelensky já havia declarado anteriormente que eleições durante a guerra, iniciada pela invasão russa, seriam inviáveis, tanto pela segurança do processo quanto pela situação de milhões de cidadãos deslocados.
Em seu post desta quarta-feira, Trump reiterou sua visão de que a Ucrânia deveria ter buscado um acordo com Moscou antes da escalada do conflito. Nesta terça-feira (18), o presidente americano afirmou durante coletiva que Zelensky foi “grosseiramente incompetente” em negociações e que a guerra contra a Rússia “poderia ter sido evitada”.