O chanceler alemão, Olaf Scholz, visitou Kiev nesta segunda-feira (2), onde se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e reafirmou o compromisso da Alemanha em apoiar o país diante da invasão russa, anunciando um novo pacote de ajuda militar no valor de 650 milhões de euros, a ser entregue até o fim do ano.
Essa foi a primeira ida de Scholz à Ucrânia em mais de dois anos. A visita ocorre em um momento de intensificação do conflito, onde a Ucrânia começou a atacar o território russo com mísseis de longo alcance e foi alvo de testes de uma nova arma russa.
Apesar do apoio demonstrado, divergências vieram à tona durante a coletiva de imprensa conjunta. Zelensky criticou a recente ligação telefônica de Scholz ao ditador russo, Vladimir Putin, após dois anos sem contato direto entre os líderes.
“Depois de uma conversa [com Putin], há uma segunda, uma terceira, uma quinta conversa, porque às vezes as pessoas querem tomar o protagonismo para si mesmas”, disse Zelensky. Ele alertou que ações como essa podem levar a “uma onda de reconhecimento de fato” da ocupação russa, o que “não fortalece a Ucrânia”. Apesar da crítica, o líder ucraniano destacou que as semelhanças entre os dois países superam suas diferenças.
Scholz defendeu sua iniciativa, afirmando que o objetivo foi deixar claro para Putin que “a Ucrânia é um Estado soberano e independente que deve poder decidir seu próprio futuro”.
Alemanha: o segundo maior aliado militar da Ucrânia
Com o novo pacote, o total da ajuda militar alemã desde o início da invasão russa, em 2022, chega a 28 bilhões de euros. Essa assistência inclui sistemas de defesa aérea IRIS-T e Patriot, tanques, helicópteros e munições. Scholz garantiu que o apoio continuará nos próximos anos.
“No que depender da Alemanha, nada sobre a Ucrânia será decidido sem a Ucrânia. Não permitirei que decisões sejam tomadas acima das cabeças dos ucranianos”, declarou o chanceler.
Apesar do apoio significativo, Scholz se mantém cauteloso em atender dois pedidos prioritários de Zelensky: o envio de mísseis de longo alcance Taurus e a aceleração do processo de adesão da Ucrânia à OTAN.
Durante a visita, Zelensky ressaltou a Scholz a necessidade de mais sistemas de defesa aérea para proteger infraestruturas críticas ucranianas, muitas das quais permanecem vulneráveis.
Enquanto isso, a Rússia intensifica seus ataques, utilizando mísseis balísticos de médio alcance, como o Oreshnik, empregado pela primeira vez neste conflito.