O senador democrata Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, se declarou inocente perante um tribunal de Manhattan nesta quarta-feira (27) após ser acusado, junto a sua esposa, Nadine Menendez, de corrupção na semana passada.
Na segunda-feira (25), o político disse que as acusações são “sérias, mas são apenas alegações”.
A ação judicial foi ajuizada por procuradores do EUA que denunciaram o recebimento de subornos de empresários e do governo egípcio em troca do senador usar sua influência política em casos de interesse do país africano. Segundo a denúncia, Menendez recebia “milhões de dólares e presentes caros”.
De acordo com a agência AFP, o casal se apresentou ao Tribunal Distrital do Sul, em Manhattan, pela primeira vez depois de ser indiciado, onde negou a prática do crime. Apesar de ter deixado temporariamente o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores, o político se recusou a renunciar.
Durante as investigações, foram encontrados na casa do membro do Partido Democrata, em Nova Jersey, cerca de US$ 550 mil (R$ 2,7 milhões, na cotação atual) em dinheiro escondidos entre roupas e cofres, além de barras de ouro estimadas em mais de US$ 150 mil (R$ 750 mil) e um carro de luxo que supostamente foi doado por um dos empresários.
Segundo a denúncia apresentada pelos procuradores, “entre outras ações, Menendez forneceu informações confidenciais do governo americano e tomou outras medidas que ajudaram secretamente o governo do Egito”.
Assim que teve conhecimento do processo na semana passada, o senador democrata, de origem cubana, disse que a acusação contra ele se tratava de preconceito racial.
“Aqueles que estão por trás desta campanha simplesmente não podem aceitar que um latino-americano de primeira geração, de origem humilde, possa se tornar senador dos EUA e servir com honra e distinção”, afirmou ele, segundo reportagem do portal National Review.
Nos últimos oito anos, Menendez recebeu duas acusações de corrupção. Em 2015, ele foi indiciado por suborno em um caso em que procuradores federais alegaram que o senador trocou influência política por propinas, incluindo viagens extravagantes e doações de campanha.
Contudo, o julgamento terminou em um impasse que absolveu o político, em 2018. Ele está no cargo de senador desde 2006, sendo antes membro da Câmara dos Representantes por 14 anos.
