sexta-feira, 7 fevereiro 2025

Soldado israelense investigado pela Justiça deixa o Brasil

Data:



A saída dele ocorreu sob o acompanhamento da Embaixada de Israel em Brasília e foi levado para Buenos Aires, segundo apurações da Radio France International e do jornal O Globo. O militar estava na Bahia e foi acompanhado ao aeroporto por um representante diplomático israelense.

“Acompanhamos à distância o processo de saída dele, para sabermos qual a sua situação. Nós acompanhamos a saída. A decisão e a ação foram dele”, disse o embaixador Daniel Zonshine ao O Globo.

Ainda segundo a Radio France International, casos semelhantes ocorreram com militares israelenses em férias no Chipre, na Eslovênia e na Holanda nas últimas semanas, que precisaram encurtar as férias por temor de acusações de crimes de guerra.

Ele foi alvo de uma queixa-crime no final de dezembro pedida pela Fundação Hind Rajab (HRF), que apoia palestinos, sob a alegação de participação no que chamam de “demolições na Faixa de Gaza” contra civis em novembro do ano passado.

A denúncia contra o soldado foi apresentada pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida, que o acusam de ser um “criminoso de guerra”. Eles argumentam que, como signatário de tratados internacionais, incluindo a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma, o Brasil teria a obrigação de investigar e reprimir crimes dessa natureza, mesmo que ocorram fora de seu território.

A juíza federal Raquel Soares Chiarelli, que determinou a abertura da investigação e o sigilo nos atos, fundamentou a decisão no princípio da extraterritorialidade e da competência universal, que permite processar e julgar crimes graves independentemente do local onde foram cometidos.

A decisão da magistrada gerou repercussão em Israel. O congressista Dan Illouz, do partido governista Likud, classificou o Brasil como “patrocinador de terroristas”.

“O Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas. Em vez de perseguir terroristas, persegue um soldado das Forças de Defesa de Israel – um judeu que sobreviveu a um massacre brutal e defende seu povo. Uma vergonha imperdoável. Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição a seus soldados e, se o Brasil não corrigir seu caminho, pagará um preço”, escreveu Illouz em suas redes sociais.

O presidente Lula foi declarado persona non grata em Israel no ano passado após comparar a guerra contra o Hamas ao Holocausto na Segunda Guerra.



Fonte: Gazeta do Povo

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Mais Lidas

Leia Também
Relacionadas

Estevão perde pênalti, Palmeiras não aproveita jogador a mais e fica no empate com o Corinthians

Empate é bom negócio para o alvinegro, dono...

Cartéis mexicanos planejam usar drones contra agentes dos EUA

A crise na fronteira sul dos Estados Unidos...

Trump anuncia sanções contra TPI e ações contra “viés anticristão”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou...