quarta-feira, 12 março 2025

Trump anuncia tarifas recíprocas, com etanol brasileiro na mira

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (13) um memorando determinando a imposição de tarifas recíprocas contra países que aplicam impostos sobre produtos americanos. A medida visa equilibrar as tarifas comerciais, especialmente com nações que, segundo Trump, têm “práticas desleais” contra os Estados Unidos. No memorando, o etanol brasileiro foi citado como exemplo da disparidade nas taxas de importação.

“Decidi que, por razões de justiça, vou impor tarifas recíprocas, o que significa que o que um país faz os EUA pagarem, nós cobraremos o mesmo deles, nem mais, nem menos”, declarou Trump a jornalistas durante coletiva no Salão Oval. “Todos se aproveitaram dos EUA e pagamos um preço alto por isso. Os EUA ajudaram muitos países ao longo dos anos a um grande custo financeiro. Agora é hora de esses países se lembrarem do que fizemos por eles e nos tratarem de forma justa”, enfatizou Trump.

O memorando prevê que cada país terá tarifas específicas, calculadas com base nos impostos e barreiras comerciais que impõem aos produtos americanos. Diferentemente de outras políticas tarifárias adotadas por Trump, não será aplicada uma taxa única, como 10% ou 25%, mas sim valores individualizados.

As novas tarifas não entrarão em vigor imediatamente, mas dentro de “semanas” ou “meses”, e os primeiros a serem punidos serão aqueles com os maiores déficits comerciais com os EUA, disse um funcionário de alto cargo antes da assinatura do memorando.

Etanol brasileiro pode ser afetado

O Brasil foi citado como um exemplo de país que impõe taxas desproporcionais sobre produtos americanos, apesar de que, no documento, não consta uma lista oficial de países que serão afetados pela medida. O memorando assinado por Trump cita que os Estados Unidos aplicam uma tarifa de apenas 2,5% sobre o etanol importado, enquanto o Brasil cobra 18% sobre as exportações americanas desse mesmo produto. Como resultado, diz o documento, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões para o mercado brasileiro.

União Europeia como alvo principal

Durante o anúncio, Trump fez críticas à União Europeia (UE), acusando o bloco de práticas comerciais “desleais”, especialmente no setor automotivo. O presidente destacou que os Estados Unidos aplicam uma tarifa de apenas 2,5% sobre veículos importados, enquanto a UE impõe uma taxa de 10%, além do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que varia entre 17% e 27% nos países do bloco.

“Há um motivo pelo qual a Alemanha vende mais carros do que nós vendemos para eles, e não é por causa da qualidade da fabricação ou do design americano. É simplesmente por causa das práticas comerciais injustas, e isso é letal. É uma tarifa oculta”, criticou Trump.

Segundo informações da Agência EFE, o governo americano estuda aumentar a tarifa sobre veículos europeus para até 27%, igualando as taxas aplicadas pela União Europeia.

Estratégia

De acordo com informações da Associated Press (AP), a política de tarifas recíprocas faz parte da estratégia de Trump de pressionar países a renegociar acordos comerciais diretamente com os Estados Unidos. O governo americano argumenta que as novas taxas ajudarão a equilibrar o comércio e reduzir o déficit da balança comercial.

O governo americano espera concluir a revisão tarifária em poucas semanas ou meses, antes que as novas taxas entrem em vigor. Enquanto isso, cita agências internacionais, países que podem ser afetados terão a oportunidade de negociar diretamente com Washington para evitar tarifas mais altas.



Fonte: Gazeta do Povo

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