O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a jornalistas neste sábado (25) que havia conversado com o rei Abdullah II da Jordânia sobre uma proposta de “limpeza” e reconstrução da Faixa de Gaza após a guerra entre Hamas e Israel.
O projeto do novo governo americano envolveria a construção de moradias e o recebimento de cerca de um milhão de habitantes de Gaza para países como a própria Jordânia e o Egito.
Trump também disse que planeja conversar com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi sobre a questão. “Algo tem que acontecer, (Gaza) está literalmente demolida. Quase tudo está destruído, e as pessoas estão morrendo. Então, eu preferiria me aliar a algumas das nações árabes e construir moradias em um lugar diferente, onde eu acho que eles poderiam finalmente viver em paz temporariamente ou pelo resto de suas vidas”, afirmou Trump, citado pelo jornal Wall Street Journal (WSJ).
O presidente dos EUA havia anunciado no mesmo dia a reversão da política de Joe Biden para frear o envio de bombas de 2.000 libras para Israel devido a “preocupações com o número de civis mortos em Gaza”. A nova administração da Casa Branca também suspendeu as sanções impostas pelo antecessor democrata a organizações de colonos israelenses e indivíduos na Cisjordânia.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu Trump por suspender a proibição da era Biden de enviar certas munições para Israel. “Obrigado, Presidente Trump, por manter sua promessa de dar a Israel as ferramentas necessárias para se defender, enfrentar nossos inimigos comuns e garantir um futuro de paz e prosperidade”, diz Netanyahu em um vídeo.
A saída de palestinos da Faixa de Gaza tem sido um assunto sensível tratado entre países do Oriente Médio e Estados Unidos. O Egito e a Jordânia, até o momento, rejeitaram qualquer projeto que envolva o acolhimento de refugiados palestinos de Gaza, temendo uma desestabilização seus próprios países.
Um membro do escritório político do grupo terrorista Hamas, Basem Naim, disse à Agência EFE neste domingo (26) que os palestinos “não aceitarão nenhuma proposta ou solução sob o pretexto de reconstrução, como proposto pelo presidente dos Estados Unidos (Donald) Trump”.
“Nosso povo frustrou todos os planos de deslocamento e terras alternativas por décadas e também rejeitará tais projetos”, afirmou o membro do Hamas.
Em outro comunicado, a organização terrorista disse: “Pedimos à administração dos EUA que interrompa tais propostas, que se alinham com os planos israelenses e colidem com os direitos e o livre arbítrio do nosso povo”.
Devido à guerra iniciada pelo próprio grupo terrorista, com o massacre de 7 de outubro de 2023, grande parte do enclave foi destruído, deixando milhares de deslocados sem suas casas.