O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que um acordo comercial com a China é “possível”, acrescentando elogios ao ditador Xi Jinping, com quem garante ter “uma relação muito boa”.
“É possível, é possível”, disse Trump quando questionado sobre um acordo comercial com a China a bordo do Air Force One, nesta quarta-feira (19), de acordo com um vídeo postado pela Bloomberg.
Trump impôs tarifas de 10% sobre produtos chineses desde que assumiu o cargo, às quais Pequim respondeu com tarifas de 10% e 15% sobre petróleo, gás liquefeito e carros de alta performance dos EUA, entre outros.
O presidente dos EUA não deu mais detalhes sobre em que consistiria o acordo, enquanto as últimas tarifas mútuas representaram uma intensificação do conflito comercial entre as duas potências desde a primeira presidência de Trump (2017-2021).
Na mesma conversa com repórteres a bordo do avião presidencial, Trump assegurou que tem “uma relação muito boa com Xi Jinping”.
“Lembre-se, ele ama a China e eu amo os EUA, então, você sabe, há um pouco de competição ali, mas a relação que tenho com o presidente [ditador] Xi eu diria que é ótima”, comentou, para em seguida acrescentar: “Acho que ele é uma pessoa única”.
Além disso, Trump criticou seu antecessor, Joe Biden, por, em sua opinião, não ter levado adiante um acordo comercial entre Pequim e Washington em 2020.
“Tínhamos produtos nossos no valor de US$ 50 bilhões, e estávamos fazendo comprá-los. O problema é que Biden não os pressionou a fazer isso”, afirmou Trump.
Ainda não se sabe quando poderá ocorrer um encontro entre Trump e Xi, que viajou aos EUA pela última vez em novembro de 2023 para uma reunião com Biden. Há uma semana, Trump afirmou inclusive que está aberto a uma cúpula trilateral com o líder chinês e o ditador russo, Vladimir Putin, quando “as coisas se acalmarem”.
China concorda com “diálogo” para resolver disputas comerciais
O regime da China reafirmou nesta quinta-feira (20) sua oposição às tarifas impostas pelos EUA e enfatizou a necessidade de abordar disputas comerciais por meio de “diálogo” e “consulta”, depois que o presidente americano, Donald Trump, disse que um acordo comercial com Pequim “é possível”.
Em sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, declarou que o gigante asiático “se opõe firmemente aos aumentos de tarifas impostos pelos EUA” e acrescentou que “ambas as partes devem abordar suas preocupações por meio do diálogo e da consulta com base na igualdade e no respeito mútuo”.
O porta-voz ressaltou que Pequim continuará a tomar “as medidas necessárias para defender firmemente seus direitos e interesses legítimos” em um momento em que as tensões comerciais continuam marcando o relacionamento entre as duas potências.