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Comércio predatório ameaça extinção dos jumentos no Brasil por demanda chinesa

A população de jumentos no Brasil sofreu uma queda drástica nos últimos 25 anos, passando de aproximadamente 1,37 milhão em 1999 para apenas 78 mil em 2024, uma redução de 94%. A principal razão para esse declínio é a exportação de suas peles para a produção de ejiao, uma substância usada na medicina tradicional chinesa feita a partir do colágeno extraído da pele desses animais.

O comércio é considerado extrativista, já que os jumentos abatidos geralmente são capturados diretamente da natureza, sem políticas de reprodução ou manejo sustentável. Segundo especialistas, se nada for feito, o animal pode desaparecer completamente do território brasileiro até 2030.

Impactos culturais e ambientais

Os jumentos são tradicionalmente importantes no cotidiano das populações do semiárido nordestino, sendo usados como meio de transporte e no trabalho rural. A extinção desses animais não representa apenas uma perda ambiental, mas também cultural, afetando o modo de vida de comunidades inteiras.

Além disso, a redução populacional dos jumentos pode causar desequilíbrios em nichos ecológicos e ampliar problemas de abandono e maus-tratos.

Medidas em discussão

Entidades de proteção animal e ambientalistas pedem a proibição imediata do abate e exportação de jumentos. Existem projetos de lei em tramitação tanto no Congresso Nacional quanto em assembleias legislativas estaduais que buscam impedir essa prática.

Organizações internacionais e brasileiras defendem a criação de políticas públicas para a proteção, manejo reprodutivo e criação de santuários, além do incentivo a alternativas tecnológicas, como a produção de colágeno sintético por meio de processos laboratoriais.

Mobilização nacional

Durante o 3º Workshop Internacional Jumentos do Brasil, realizado recentemente em Maceió, especialistas, ativistas e representantes de órgãos públicos lançaram a campanha “Parem o Abate”, alertando para a necessidade urgente de ações para preservar a espécie no Brasil.

A mensagem é clara: sem intervenção, os jumentos podem ser extintos do território nacional ainda nesta década, e com eles desaparecerá parte importante da história e identidade cultural brasileira.

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