Dois policiais militares foram afastados preventivamente de suas funções após agredirem um homem dentro do Hospital e Maternidade Ana Bezerra de Almeida, em Santana do Seridó, no interior do Rio Grande do Norte. O episódio ocorreu no último sábado (16) e ganhou repercussão nacional após imagens da ação circularem nas redes sociais.
Segundo familiares, o homem — identificado como Zé Paulo — estava acompanhando a irmã e o sobrinho, que aguardavam atendimento médico. A criança havia sido diagnosticada com pneumonia e precisava de uma injeção. Diante da demora, Zé Paulo se exaltou e começou a quebrar objetos na unidade hospitalar, o que levou os funcionários a acionarem a Polícia Militar.
Os agentes envolvidos pertencem à 11ª Companhia Independente de Parelhas, município vizinho a Santana do Seridó. Nas imagens, é possível ver um dos policiais empurrando o homem contra uma cadeira, enquanto sua mãe, uma idosa, tenta intervir pedindo que a agressão seja interrompida.
Reação institucional e investigação
Em nota divulgada nesta segunda-feira (18), a Polícia Militar do Rio Grande do Norte informou que instaurou procedimento interno para apurar o caso e determinou o afastamento dos policiais envolvidos. “A PMRN não compactua com condutas que desrespeitem a legislação e os direitos fundamentais”, declarou a corporação.
O comandante da 11ª CIPM, major Mycael Campos, afirmou que os agentes foram acionados para conter o paciente, que estaria em surto e representando risco à integridade dos funcionários — todas mulheres, que chegaram a se trancar em uma sala até a chegada da guarnição.
Zé Paulo foi conduzido à Delegacia de Plantão e autuado por dano ao patrimônio público.
Repercussão política
A vereadora de Natal, Thabatta Pimenta (PSOL), denunciou o caso nas redes sociais e afirmou ter acionado diretamente a governadora Fátima Bezerra (PT) e o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Araújo. A parlamentar citou a Lei de Abuso de Autoridade (nº 13.869/2019), que considera crime o uso de violência física ou moral por agentes públicos, mesmo em situações de desobediência.
“O que vimos foi uma violação clara dos limites legais. Nenhuma agressão é justificável fora dos parâmetros da lei”, declarou Thabatta.




