Dois caças F-16 da Força Aérea da Venezuela sobrevoaram o destróier norte-americano USS Jason Dunham nesta quarta-feira (4), em uma ação classificada pelo Pentágono como “altamente provocativa”. O episódio ocorreu no sul do Caribe, onde os Estados Unidos mantêm uma operação militar contra o narcotráfico internacional.
A manobra aérea aconteceu apenas dois dias após o bombardeio de um barco ligado à gangue venezuelana Tren de Aragua, considerado grupo terrorista pelo governo americano. Segundo o presidente Donald Trump, o ataque resultou na morte de 11 integrantes da organização, que transportavam drogas em águas internacionais.
Em comunicado oficial, o Departamento de Defesa dos EUA acusou o governo de Nicolás Maduro de tentar interferir nas operações militares americanas. “O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não obstruir ou dissuadir as ações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelas forças dos Estados Unidos”, afirmou o órgão.
A escalada de tensão reacende o debate sobre uma possível intervenção militar. Especialistas apontam que o volume de recursos enviados ao Caribe — incluindo sete navios de guerra, um submarino nuclear e cerca de 4.500 militares — ultrapassa o necessário para uma simples operação antidrogas. A Casa Branca, por sua vez, evita confirmar qualquer plano ofensivo, mas admite que “toda a força será usada contra Maduro”.
O presidente venezuelano reagiu com firmeza, classificando o envio das embarcações como “a maior ameaça à América Latina do último século” e prometendo luta armada em caso de agressão. “Se a Venezuela for atacada, entraremos imediatamente em defesa do território nacional, da nossa história e do nosso povo”, declarou Maduro.
