O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou nesta quinta-feira (6) que as Forças de Defesa de Israel (FDI) preparem um plano para permitir que os civis deixem a Faixa de Gaza, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado a ideia de assumir o controle do enclave reassentando em outros locais toda a população da região.
“O povo de Gaza deve ter liberdade de movimento e liberdade para imigrar, como é costume em todo o mundo”, disse o gabinete de Katz em comunicado.
Até o momento, os únicos detalhes que surgiram do plano são que Israel fornecerá várias opções de saída para os habitantes de Gaza, incluindo passagens terrestres, mas também por mar e ar por meio de “acordos especiais”.
Na nota, Katz também informou que as autoridades trabalham em outra proposta “que levará muitos anos para ser concluída” para a reconstrução de uma “Gaza desmilitarizada, livre de ameaças na era pós-Hamas”.
“O Hamas usou os residentes de Gaza como escudos humanos e construiu uma infraestrutura terrorista no coração da população, e agora os mantém reféns, extorquindo dinheiro deles por meio do uso de ajuda humanitária e impedindo-os de sair de Gaza”, denunciou.
O ministro israelense disse que se países como Espanha, Irlanda e Noruega se recusarem a acolher palestinos, “sua hipocrisia será exposta” depois de “terem feito falsas acusações contra Israel” desde o início da operação israelense na Faixa de Gaza.
“Países como o Canadá têm um programa de imigração estruturado e já expressaram anteriormente a vontade de receber residentes de Gaza”, acrescentou.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou a ideia de Trump de “extraordinária” e uma “boa ideia” em uma entrevista à Fox News nesta quinta-feira.
“O que há de errado em permitir que os habitantes de Gaza que queiram sair saiam? Eles podem sair, podem voltar, mas é preciso reconstruir Gaza”, opinou Netanyahu.
Além da total rejeição da proposta pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) e por grande parte da comunidade internacional, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, lembrou nesta quarta-feira (5) que “qualquer deportação ou transferência forçada de pessoas do território ocupado é estritamente proibida”.