Donald Trump está pronto para retornar à Casa Branca em 2025, após conquistar a presidência de forma esmagadora nas urnas nesta terça-feira (5), ao derrotar a atual vice-presidente, Kamala Harris, do Partido Democrata. Com sua vitória, o agora presidente eleito dos Estados Unidos se prepara para a formação de seu novo próximo governo, um processo que já tem gerado especulações antes mesmo da divulgação dos resultados finais.
Segundo informações da mídia americana, neste segundo mandato, Trump promete escolher pessoas mais alinhadas à sua agenda e leais à sua causa, diferentemente do que ocorreu em seu primeiro governo, onde parte de seu secretariado havia feito parte de administrações republicanas anteriores com visões diferentes.
Com o Partido Republicano controlando o Senado e, possivelmente, a Câmara dos Representantes, o novo presidente poderá contar com uma base política sólida para aprovar nomes que precisam passar pelo Congresso, bem como aprovar diversas medidas, como a tão esperada reforma do sistema de imigração.
Dentre os nomes que começam a surgir como fortes possibilidades para compor a nova equipe de governo dos EUA, destaca-se o empresário Elon Musk, um dos principais apoiadores de Trump nesta jornada eleitoral.
Elon Musk à frente da “eficiência governamental”
Em agosto, Trump anunciou publicamente que consideraria Elon Musk para um cargo em seu governo, como conselheiro ou comandando uma pasta oficial. Musk, um dos homens mais ricos do mundo, conhecido por liderar a Tesla, SpaceX e da rede social X, tem sido um dos maiores defensores de Trump, especialmente em questões relacionadas à redução de custos do governo e à eficiência administrativa. Durante um discurso em Nova York no final de outubro, Musk sugeriu que seu foco seria tirar o “governo das costas e dos bolsos” dos cidadãos, uma referência direta ao seu plano de cortar gastos públicos.
Musk já havia proposto, desde julho, a criação de uma comissão de eficiência governamental, com o objetivo de reduzir os gastos do governo em cerca de US$ 2 trilhões. A criação de um departamento específico para essa função, que ficaria sob sua supervisão, é uma das propostas mais comentadas. Embora não haja confirmação oficial, fontes próximas a Trump indicam que ele estaria de fato discutindo com Musk a criação de um escritório governamental para liderar essa reforma, o que pode ser um dos principais pilares de seu novo governo.
RFK na espera
Além de Musk, outros nomes estão circulando com força para compor a nova equipe de Trump em seu retorno à Casa Branca. Dentre os possíveis secretários, Robert F. Kennedy Jr., ex-candidato à presidência, também tem se destacado como uma das opções mais especuladas. Após abandonar sua candidatura e declarar apoio a Trump na disputa contra Kamala, RFK foi sondado para um possível cargo em áreas como a Secretaria de Saúde e Serviços Humanos ou a Secretaria de Agricultura.
Política econômica
Segundo informações da agência Reuters, outro nome cotado para cargos de alto escalão é o de Scott Bessent, um conselheiro econômico de longa data de Trump, que seria uma escolha forte para a Secretaria do Tesouro. Bessent, identificado como um veterano do mercado financeiro, é conhecido por suas visões econômicas alinhadas ao liberalismo econômico e à desregulamentação, algo que ressoa com a filosofia econômica de Trump. A proposta de uma política mais restritiva ao comércio internacional, favorecendo tarifas como uma ferramenta de negociação, é uma das bandeiras defendidas por Bessent, cita a Reuters.
Além de Bessent, nomes como o de Howard Lutnick, CEO da financeira Cantor Fitzgerald, também estão sendo cotados para o novo governo Trump. Lutnick, que segundo a Reuters teve um papel importante na transição de Trump em 2016, seria um nome forte para cargos de liderança econômica, o que o coloca como um outro candidato a liderar a pasta do Tesouro. Outro nome cotado para a Secretaria do Tesouro é o de John Paulson, bilionário e investidor, que foi um dos grandes doadores de Trump durante esta campanha presidencial. A favorável visão de Paulson sobre cortes de impostos e a redução das regulamentações também o torna um aliado estratégico para o governo de Trump.
Os nomes para a política externa
Na área de política externa, a especulação gira em torno de nomes como Robert O’Brien, ex-conselheiro de Segurança Nacional do último governo Trump (2017-2021), que ainda mantém uma relação próxima com o presidente eleito. O’Brien, que também já esteve à frente da diplomacia americana – como enviado especial para negociação de reféns dos EUA -, ainda no primeiro governo Trump, é visto como uma opção forte para o cargo de Secretário de Estado. Segundo informações da imprensa americana, sua experiência em negociações internacionais o tornam uma escolha forte para chefiar o Departamento de Estado.
No entanto, outros senadores e ex-funcionários do primeiro governo de Trump também estão em evidência. Bill Hagerty, ex-embaixador dos EUA no Japão e atual senador republicano pelo Tennessee, é uma outra opção para a função. Sua habilidade política e sua ampla experiência em relações internacionais podem ser cruciais para direcionar as políticas externas do novo governo. Marco Rubio, senador pela Flórida, é outro nome forte, especialmente pela sua expertise em assuntos latino-americanos, uma área importante para a política externa dos EUA. Rubio tem se mostrado um defensor de políticas duras contra regimes comunistas da América Latina, como a ditadura de Cuba. Ele também defende “pulso firme” contra o regime islâmico do Irã.
Brian Hook, ex-funcionário de alto escalão do Departamento de Estado durante o primeiro mandato de Trump, é esperado para liderar a equipe de transição do Departamento de Estado. Segundo informações da CNN, Hook, que tem vasta experiência e conhecimento sobre o funcionamento do Departamento de Estado, atuou como diretor do planejamento de políticas de 2017 a 2018 e, posteriormente, como enviado especial dos EUA para o Irã até 2020. Sua longa trajetória na diplomacia americana, incluindo sua atuação como assessor do secretário de Estado e envolvimento com organizações internacionais, coloca-o como uma figura-chave neste processo de transição e até como um dos prováveis nomes para assumir a pasta.
Segurança nacional e defesa
Nos setores de defesa e segurança nacional, nomes como os de Mike Pompeo, ex-secretário de Estado e diretor da CIA, continuam a ser cotados. Pompeo, que foi um dos principais aliados de Trump durante seu primeiro governo, está sendo especulado como um possível Secretário de Defesa nesta nova gestão. Sua postura firme em relação à China e à Rússia é um reflexo do direcionamento mais conservador de Trump em questões internacionais.
Tom Cotton, senador republicano pelo estado do Arkansas, também está sendo considerado como uma opção para o cargo de Secretário de Defesa. Assim como Pompeo, Cotton representa o lado mais combativo do Partido Republicano e poderia ser uma escolha estratégica para o governo Trump.
Richard Grenell, ex-embaixador dos EUA na Alemanha e ex-diretor interino da Inteligência Nacional, tem sido um dos outros nomes mais citados para o setor de defesa. Com forte alinhamento com as políticas de Trump, Grenell tem sido cotado para assumir como Conselheiro de Segurança Nacional, cargo que não exige confirmação pelo Senado. Sua postura em relação à política externa, especialmente sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia – onde defende um acordo que transformaria os territórios tomados pela Rússia em regiões autônomas -, o torna um dos nomes que Trump, defensor de uma negociação entre russos e ucranianos, poderia considerar.
Endurecimento das políticas de imigração
O combate à imigração ilegal foi uma das bandeiras centrais de Trump em sua primeira gestão e durante esta campanha presidencial, e ele promete manter essa política no novo governo. Para isso, nomes como os de Tom Homan, ex-diretor do da Agência de Imigração e Alfândega dos EUA, estão sendo cogitados para a Secretaria de Segurança Interna (DHS). Homan é descrito como um defensor ferrenho de políticas de imigração mais rígidas e já trabalhou de perto com Trump durante sua primeira gestão para implementar medidas contra a imigração ilegal, o que o torna uma figura-chave para a gestão do novo governo, que promete reformar o sistema.
Outro nome que surge nesse cenário é Chad Wolf, ex-secretário interino de Segurança Interna, que também é visto como uma opção para retornar à pasta. Wolf também defende políticas mais rígidas de controle nas fronteiras.