Duas advogadas foram presas nesta segunda-feira (22) no Ceará, acusadas de integrar um esquema criminoso responsável por aplicar golpes em idosos. As prisões fazem parte da Operação “Entre Lobos”, conduzida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de promotorias em outros estados.
As investigações apontam que as suspeitas, com apoio de outros envolvidos, aplicavam golpes por meio da compra fraudulenta de precatórios e ações judiciais de idosos. As vítimas, na maioria aposentadas e com idade média de 69 anos, eram abordadas com promessas de adiantamento financeiro por ações revisionais de contratos bancários. Após convencê-las a ceder os créditos judiciais, os criminosos repassavam a elas apenas uma pequena parte do valor, ficando com a maior parte dos recursos.
Estima-se que o prejuízo causado supere R$ 5 milhões, com mais de 200 vítimas identificadas até agora, embora os investigadores considerem que o número pode ultrapassar mil.
Além das prisões no Ceará, a operação cumpriu mandados em outros quatro estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 35 de busca e apreensão, além do sequestro de bens, como 25 veículos e o bloqueio de aproximadamente R$ 32 milhões em ativos financeiros.
As duas advogadas presas atuavam como responsáveis por parte da estrutura jurídica do esquema. Também foi detido o marido de uma delas, que teria participado diretamente da administração do dinheiro desviado.
Os suspeitos responderão pelos crimes de estelionato contra idosos, organização criminosa, lavagem de dinheiro e patrocínio infiel.
A operação segue em andamento e, segundo o Ministério Público, outras prisões podem ocorrer nos próximos dias. Autoridades orientam que possíveis vítimas entrem em contato com o Ministério Público ou com a polícia para denunciar casos semelhantes.
