Manifestações realizadas em todas as capitais brasileiras no último domingo (21) colocaram em xeque a articulação política que tenta aprovar a chamada PEC da Blindagem e o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Os atos, organizados por movimentos civis e lideranças sociais, criticaram duramente a tentativa de blindar parlamentares de investigações e de conceder perdão político ao ex-chefe do Executivo.
A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados sob liderança de Hugo Motta (Republicanos-PB), visa dificultar o avanço de processos judiciais contra parlamentares, especialmente os envolvidos em irregularidades com emendas parlamentares. Já o projeto de anistia busca livrar Bolsonaro de punições relacionadas a investigações em curso, incluindo sua prisão decretada em maio.
Segundo o G1, a repercussão negativa dos atos legislativos foi imediata. Senadores que antes se mostravam indecisos agora indicam que votarão contra a PEC, o que pode enterrar a proposta no Senado. A estratégia de vincular a tramitação da anistia à blindagem parlamentar foi considerada um “tiro no pé” por aliados do bolsonarismo, que agora enfrentam resistência popular e institucional.
A articulação entre bolsonaristas e o centrão, que garantiu a votação acelerada das propostas, também foi alvo de críticas. O acordo teria sido costurado por Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, como forma de reagir à prisão de Bolsonaro e proteger aliados políticos.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, milhares de manifestantes se reuniram em frente ao MASP com faixas e cartazes exigindo respeito à Constituição e responsabilização de agentes públicos. A mobilização foi replicada em capitais como Recife, Salvador, Porto Alegre e Brasília.
Com o desgaste político e a pressão das ruas, a expectativa é que o Senado recue da votação da PEC e que o projeto de anistia perca força nas próximas semanas.




 
