A Braskem comunicou oficialmente à Gás de Alagoas (Algás) que encerrará, em janeiro de 2026, as atividades da Unidade de Cloro-Soda (UCS), localizada no bairro Pontal da Barra, em Maceió. A decisão está em linha com o plano de desativação definitiva das minas de sal-gema em Alagoas — insumo essencial para a produção de PVC e soda cáustica.
Impactos no setor produtivo e na economia local
A operação da unidade em Maceió movimenta anualmente aproximadamente R$ 5,1 bilhões e gera cerca de 4,1 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, a cadeia produtiva vinculada ao setor aporta quase R$ 1 bilhão por ano à economia regional. Com o encerramento, diversas indústrias dependentes desses insumos químicos podem ser diretamente afetadas.
Medidas urgentes da Algás
Em resposta ao comunicado, a presidência da Algás convocou uma reunião interna para o dia 15 de agosto. O objetivo é avaliar os riscos e impactos da decisão e definir estratégias de mitigação para o mercado estadual de gás. Um estudo técnico está sendo elaborado e será entregue às instâncias responsáveis pela regulação e decisão da empresa.
Motivos e contexto da decisão
A interrupção das operações está diretamente relacionada ao fim da exploração de sal-gema em Alagoas, motivada pelos danos geológicos que afetaram bairros inteiros de Maceió. Desde 2019, a Braskem passou a importar o insumo do Chile, mas especialistas alertam que essa solução não é financeiramente sustentável a longo prazo devido à distância e ao custo logístico elevado.
Consequências para trabalhadores e indústria
A decisão ressalta a urgência de alternativas para a economia local. Sindicatos já relatam que dezenas de trabalhadores foram deslocados para unidades da empresa em outros estados, como Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ainda não está claro se haverá um plano formal de desativação completa da planta em Alagoas.




