Partidos do Centrão têm se movimentado nos bastidores para apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação de um projeto de anistia que possa aliviar penalidades contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar do apoio à proposta, lideranças de siglas como Republicanos, PP e União Brasil resistem a deixar seus cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ministros como Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo) articulam para permanecer em suas respectivas pastas, mesmo diante da pressão de setores da direita por um rompimento com o governo federal. Costa Filho chegou a afirmar que estará ao lado de Lula nas eleições de 2026, enquanto Fufuca e Sabino mantêm diálogo com ambos os campos políticos.
A proposta de anistia, que vem sendo costurada por Tarcísio e outros líderes do Centrão, ainda não tem consenso. O PL, partido de Bolsonaro, defende um texto amplo que o torne elegível para 2026. Já parte do Centrão prefere uma versão mais moderada, que alivie penas sem necessariamente reverter a inelegibilidade do ex-presidente.
O Planalto, por sua vez, tenta manter parte do Centrão sob sua base até o início do próximo ano, aproveitando as divisões internas do grupo. A disputa em torno da anistia se tornou o principal ponto de tensão no Congresso, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), atuando como articulador de uma proposta alternativa.
Enquanto isso, Tarcísio desponta como possível herdeiro do espólio eleitoral de Bolsonaro, e seu nome já circula como pré-candidato à Presidência em 2026. O Centrão, atento ao cenário, busca garantir espaço tanto no governo atual quanto na construção de uma nova candidatura.




 
