Fora das salas de aula, em meio aos sinais de trânsito ou nas imediações de semáforos, crianças indígenas venezuelanas da etnia Warao, acolhidas pela prefeitura de Maceió, convivem com a dramática realidade da mendicância. A situação, denunciada nesta segunda-feira durante audiência pública na Câmara Municipal de Maceió pela vereadora Teca Nelma (PT), revela o abismo entre as promessas oficiais de acolhimento e a prática vivida pelas famílias migrantes.
Apesar da gestão afirmar oferecer espaço de acolhimento, não há evidência pública de mecanismo eficiente para garantir acesso regular à escola para as crianças Warao. Desta forma, muitas acabam fora da sala de aula — exatamente onde deveriam estar. A Coordenadora da SEMDES, Andressa Cerqueira, afirmou a realidade: “realmente é uma realidade essas crianças na prática da mendicância”, disse Andressa.
Assim, a Prefeitura, que deveria acolher essas crianças e prover a elas cuidados básicos necessários, afirma na prática que não consegue acolher com dignidade. Além disso, não se encontram relatórios acessíveis que detalhem quantas crianças Warao estão na escola, quantas pedem nos sinais, quantas foram retiradas ou quantas permanecem em situação de trabalho infantil ou mendicância.
O município de Maceió não pode esperar mais para agir: é sua obrigação institucional e moral assegurar os direitos dessas crianças.




