(UOL/FOLHAPRESS) – A campanha vitoriosa de Filipe Luís no Brasileirão interrompeu a série de títulos de técnicos estrangeiros. Antes, foram três edições com portugueses: Abel Ferreira, bicampeão pelo Palmeiras, e Artur Jorge à frente do Botafogo.
Olhando para o recorte de 2019 para frente – quando Jorge Jesus gerou impacto no Flamengo a ponto de gerar interesse crescente pelos gringos na elite nacional -, foi apenas o terceiro título de técnico brasileiro em sete edições do campeonato: Rogério Ceni, com o próprio Flamengo, e Cuca, com o Atlético-MG, foram os outros dois.
O Brasileirão terminou com proporção parecida na divisão estrangeiros/brasileiros. Na primeira rodada, o placar era 11 a 9 para a fatia nacional dos treinadores. Na última, 12 a 8.
Quem estuda não tem passaporte. Se você estuda futebol, ama futebol, vive isso, você aprende, é capaz de aplicar todo esse conhecimento no lugar que estiver.
No Campeonato Brasileiro tem muitos estrangeiros, tiveram vários que trabalharam muito bem, fizeram história. E todos esses treinadores deixaram algo em nós e aprendemos com eles- Filipe Luís
O treinador brasileiro foi campeão, mas teve os portugueses Abel Ferreira e Leonardo Jardim no encalço.
Para o comandante do Fla, Abel é o melhor técnico do futebol brasileiro. Mas o trabalho que surpreendeu de forma positiva foi o de Rafael Guanaes no Mirassol.
“É muito difícil fazer o que ele fez. Olho o Mirassol e falo que não dá para copiar nada. É difícil copiar o Mirassol. Copio de muitos treinadores, mas é um trabalho tão autoral que é difícil. O Mirassol joga muito bem. É um treinador brasileiro”, disse Filipe Luís.
Com um dos menores orçamentos do campeonato e estreante na Série A, o time paulista fechou a temporada em quarto e garantido na fase de grupo da Libertadores. Mais do que resultados, o jeito de o time jogar chamou atenção.
Davide Ancelotti, técnico do Botafogo, foi outro que elogiou o trabalho ao dizer que ninguém na Europa joga como o Mirassol, citando também o Vasco de Fernando Diniz.
E QUEM CAIU?
Não dá para atrelar sucesso ou fracasso a uma nacionalidade específica.
O Fortaleza foi rebaixado tendo o trabalho dos argentinos Vojvoda e Palermo, além do momento crítico com o português Renato Paiva.
Já o Sport começou o Brasileirão com o português Pepa, enquanto o Internacional, no desespero, demitiu o argentino Ramón Díaz, que havia sido contratado em setembro já com o campeonato em andamento para substituir Roger Machado, antes dos dois jogos finais. Acabou se salvando com o ídolo Abel Braga.
Na mesma linha da salvação, Jair Ventura emplacou mais uma campanha de resgate. Escapou da degola com o Vitória, a exemplo do que ocorreu quando estava à frente de Sport (2020), Juventude (2021) e Goiás (2022).
Juventude e Ceará, outros rebaixados, não tiveram a mesma sorte dos demais com técnicos brasileiros. Os nordestinos tiveram Léo Condé à frente da equipe durante o Brasileirão, enquanto Claudio Tencati e Thiago Carpini passaram pelo time gaúcho. O último, inclusive, fez seu último jogo no comando da equipe neste domingo (7).
Fonte: Notícias ao Minuto




