Segundo o MP, o homem abusava das filhas adotivas desde que tinham seis e sete anos e moravam na cidade paulista de Itaquaquecetuba.
Jovens foram estupradas pelo próprio pai. FOTO: reprodução
A princípio um acolhimento com promessas de cuidado e amor, depois a violência transformando a realidade em dor e formando sequelas na vida de duas adolescentes. Mas, ação do Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio de uma instrução processual bem fundamentada e feita pela 6ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, levou um pastor à condenação de 45 anos de reclusão e dois meses e seis dias de detenção por estupro de vulnerável e ameaça contra as filhas gêmeas que hoje têm 14 anos.
Todo o processo, incluindo audiência para oitiva de vítimas e testemunhas foi de incumbência da 6ª Promotoria de Justiça (da Infância em Arapiraca) representada pela promotora de Justiça Viviane Farias, que alerta sobre a cultura do estupro em nosso estado, bem como sobre a sentença.
“Em sede de audiência de instrução, o Ministério Público apresentou provas que comprovaram a prática do fato e das qualificadoras arguidas na denúncia. Esse é um dos crimes que mais combatemos na 6ª Promotoria de Justiça de Arapiraca. Esperamos que essa condenação sirva para alertar sobre a necessidade do combate a esse crime contra crianças e adolescente”, declara a membro do MPAL.
Consta nos autos que o agora condenado – que se apresentava como pastor-, abusava das filhas adotivas desde que tinham seis e sete anos e moravam na cidade paulista de Itaquaquecetuba. As vítimas, hoje adolescentes, relataram que após os atos criminosos o réu as ameaçava dizendo que se o delatassem passaria com o trator por cima da casa e “matava todo mundo picadinho”.
O último abuso cometido pelo falso pastor contra uma das meninas ocorreu em maio de 2022 e uma delas se encorajou e contou aos familiares. Com medo das punições que poderia sofrer, o abusador fugiu, a mãe denunciou, as providências começaram a ser adotadas inclusive exames de conjunção carnal que, segundo os laudos periciais, comprovaram vestígios de atos libidinosos de violência com fissuras. Passados dois anos ele foi localizado e preso em um município pernambucano.
As vítimas relataram que as agressões começaram com alisamento das partes íntimas, beijos e abraços lascivos chegando à penetração. Para provar os crimes de abuso que sofriam, uma delas conseguira gravar o ato e, em seguida, mostrou a irmã momento em que soube que ela também era abusada.
Embora o acusado tenha negado, justificando ter sido pastor por 33 anos, sem nunca ter sido preso, as provas testemunhais e técnicas do Instituo Médico Legal desbancaram totalmente seu depoimento não havendo como prevalecer a tese de absolvição pela defesa.
FONTE: Ascom MP-AL
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