O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta quarta-feira (3) o segundo dia de julgamento dos oito réus acusados de arquitetar um plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022. A sessão, conduzida pela Primeira Turma da Corte, teve como foco as sustentações orais das defesas de quatro réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Celso Vilardi, alegou que o ex-presidente foi “dragado” para os acontecimentos de 8 de janeiro e para o suposto plano de assassinato de autoridades, sem envolvimento direto. Vilardi também criticou a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, afirmando que o militar “não é confiável” e que sua colaboração foi parcial e contraditória.
Já a defesa do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, negou envolvimento com espionagens ilegais e alegou que o afastamento de Heleno da cúpula decisória do governo o isentaria de responsabilidade. A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, sustenta que ele tinha conhecimento das ações da Abin.
O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira foi defendido pelo advogado Andrew Farias, que afirmou que o general tentou convencer Bolsonaro a não seguir conselhos de grupos radicais e a desmobilizar apoiadores em frente a quartéis. Já Walter Braga Netto, preso preventivamente, teve sua defesa centrada na crítica à delação de Mauro Cid, considerada “coagida” e “inconsistente”.
O julgamento será retomado na próxima semana com o parecer do relator Alexandre de Moraes e os votos dos demais ministros da Primeira Turma: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. São necessários três votos para formar maioria e definir condenações ou absolvições.




