O influenciador paraibano Hytalo Santos foi preso nesta sexta-feira (15), em São Paulo, após se tornar alvo de investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Ele é acusado de expor e explorar menores de idade em conteúdos publicados nas redes sociais, prática que ganhou repercussão nacional após denúncias feitas pelo youtuber Felca.
Felca, que possui mais de 4 milhões de inscritos no YouTube, publicou um vídeo no dia 6 de agosto denunciando a “adultização” de crianças e adolescentes em conteúdos produzidos por Hytalo. Desde então, o influenciador passou a ser alvo de ações civis públicas, mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares impostas pela Justiça da Paraíba.
Medidas judiciais contra o influenciador
Entre as determinações já em vigor estão:
- Bloqueio das redes sociais: Hytalo está proibido de acessar suas contas nas plataformas digitais.
- Desmonetização de conteúdo: Vídeos já publicados não podem gerar receita.
- Proibição de contato com vítimas: Ele não pode se comunicar com os adolescentes citados nos processos.
- Apreensão de equipamentos: Celulares e um computador foram recolhidos em sua residência em João Pessoa.
A Justiça também autorizou, em caráter excepcional, o arrombamento de portas durante as buscas, caso houvesse resistência. Na primeira tentativa, o imóvel estava fechado. Na segunda, os agentes conseguiram entrar e realizar a apreensão.
Defesa nega acusações
A defesa de Hytalo afirma que ele desconhecia os mandados por se tratarem de medidas sigilosas e que está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos. Em nota, o influenciador declarou que “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes” e que confia na apuração dos fatos.
Investigações anteriores ao vídeo de Felca
As investigações do MPPB começaram ainda em 2024, divididas entre as promotorias de Bayeux e João Pessoa. Em Bayeux, denúncias de vizinhos apontavam festas com adolescentes, consumo de bebidas alcoólicas e topless. Já em João Pessoa, apura-se um suposto esquema de emancipação de menores em troca de presentes, como celulares, para familiares.
O promotor João Arlindo, responsável pela investigação em João Pessoa, afirmou que o relatório final será concluído na próxima semana. Os adolescentes foram ouvidos apenas nesse processo, para evitar revitimização.
Atuação do Ministério Público do Trabalho
O MPT também investiga Hytalo. Segundo o procurador Flávio Gondim, mais de 50 vídeos foram analisados e 15 depoimentos colhidos de pessoas envolvidas na produção dos conteúdos. Gondim destacou que os materiais foram examinados com rigor, incluindo documentos e relatos de ex-colaboradores.
Além disso, há um pedido conjunto do MPPB, MPT e Polícia Civil para que a Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) suspenda a empresa de rifas e sorteios ligada ao influenciador, por uso indevido de imagens de menores. A Lotep informou que Hytalo atuava apenas como divulgador contratado pela empresa FM Agenciamento Publicitário & Intermediação de Negócios.





