O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias, foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento com facções criminosas, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro. A investigação aponta que o parlamentar teria intermediado a venda de fuzis e bazucas antidrone — equipamentos usados para neutralizar drones policiais em operações — para integrantes do Comando Vermelho e do Terceiro Comando Puro, facções rivais que atuam no Rio de Janeiro.
Segundo o superintendente da PF, Fábio Galvão, TH Joias mantinha uma fachada de preocupação com a segurança pública, enquanto negociava armamentos e repassava informações sigilosas a criminosos. A lavagem de dinheiro teria sido feita por meio de uma franquia de produtos do Flamengo, localizada em Campo Grande (MS), cujo volume financeiro era incompatível com o faturamento esperado para o tipo de negócio.
Além disso, o deputado já havia sido investigado por movimentações suspeitas envolvendo joias sob encomenda. Só na parceria com Luciano Martiniano da Silva, o Pezão — apontado como chefe do CV no Complexo do Alemão — TH teria movimentado cerca de R$ 9 milhões nos últimos três anos.
A PF também identificou que o gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) era usado para empregar mulheres ligadas a traficantes, como Fernanda Ferreira Castro, esposa de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão. A estratégia visava criar álibis e melhorar a imagem dessas pessoas nas redes sociais, caso fossem abordadas pela polícia.
TH Joias foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, onde se escondia na casa de um amigo. A operação também levou à prisão do delegado federal Gustavo Steel, acusado de receber propina para vazar informações a facções criminosas.
