Dois adolescentes de 17 anos, estudantes do 2º ano do ensino médio, foram identificados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como autores de um plano para realizar um massacre em uma escola pública da capital. A ação foi descoberta após a coordenação pedagógica da unidade de ensino denunciar comportamentos suspeitos e conteúdos violentos compartilhados pelos jovens.
Segundo as investigações, os adolescentes fabricavam armas caseiras e explosivos, gravavam vídeos com ameaças explícitas e exaltavam ideologias nazistas. Em um dos registros, um deles sugere que o ataque ocorra no aniversário de 18 anos do amigo: “Seu presente vai ser atirar em preto e matar gente”, diz o jovem. Os vídeos também mostram os dois detonando explosivos em terrenos baldios e treinando tiros no quintal de casa.
Além da fabricação de armamentos, os adolescentes mantinham um site com apologia ao nazismo, discursos de ódio contra mulheres, negros, judeus e pessoas LGBTQIAPN+. Em uma das gravações, desenham uma suástica sobre um violão e gritam “Heil, Hitler! Morte aos judeus”. Também queimaram uma bolsa com as cores da bandeira LGBTQIA+ usando um lança-chamas improvisado.
O plano, batizado por eles como “dia zero”, estava marcado para 20 de setembro. A denúncia decisiva veio de uma jovem argentina que teve contato com os adolescentes por meio de uma comunidade online sobre crimes reais. Ao perceber a gravidade dos vídeos, ela salvou os arquivos antes que fossem apagados e os repassou a pessoas próximas aos envolvidos.
A Secretaria de Educação do DF informou que acionou a Diretoria de Apoio à Saúde dos Estudantes (Diase) e acompanha o caso junto à PCDF. Os adolescentes estão sob investigação e podem responder por incitação ao crime, fabricação ilegal de armas e apologia ao nazismo.
