A Polícia Civil de Alagoas deflagrou na manhã desta segunda-feira (19) a operação “Falso Consignado”, que desarticulou uma quadrilha especializada em fraudes contra idosos envolvendo empréstimos consignados. O grupo operava em diversos bairros de Maceió e causou prejuízos que podem ultrapassar R$ 8 milhões.
Segundo a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), os criminosos falsificavam documentos como CPF e fotos de aposentados para abrir contas no sistema Gov.br e contratar empréstimos em bancos digitais, sem o conhecimento das vítimas. O dinheiro era rapidamente transferido para contas de laranjas e, em seguida, repassado ao líder da organização.
Mandados e estrutura criminosa
A operação cumpriu 15 mandados de busca em bairros como Cidade Universitária, Santa Lúcia, São Jorge, Jacintinho e Feitosa. Um mandado de prisão preventiva também foi executado contra o chefe da quadrilha, que já estava detido no Presídio de Segurança Máxima por homicídio qualificado. Agora, ele também responderá por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
As investigações revelaram uma estrutura hierárquica sofisticada, com setores dedicados à falsificação de documentos, recrutamento de laranjas e criação de empresas fictícias. Cinco dos 12 investigados já tinham passagens por crimes semelhantes, incluindo fraudes contra o INSS.
Braço violento e homicídios encomendados
Além das fraudes financeiras, o grupo também mantinha um braço violento. A polícia identificou envolvimento da quadrilha em homicídios encomendados contra pessoas que tentaram denunciar ou desobedecer ordens do líder. Um dos casos mais graves foi a execução de uma mulher usada como laranja, assassinada em Marechal Deodoro em maio de 2024. Há também indícios de que o líder planejava a morte da própria ex-esposa.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa dará continuidade às investigações para apurar a participação dos envolvidos em outros crimes violentos.




