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instabilidade política pode impulsionar volta do ISIS

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Nos dias seguintes à queda do regime de Bashar al-Assad, na Síria, o governo de Joe Biden autorizou uma série de ataques contra alvos terroristas no país, uma iniciativa que sinaliza um receio de Washington de ver renascer o Estado Islâmico (também conhecido pela sigla ISIS), grupo que continua ativo no Oriente Médio e África, mas que perdeu seu poderio nos últimos anos.

O Pentágono anunciou na semana passada que os EUA mais que dobraram o número das suas forças militares na Síria para combater o ISIS. A Defesa americana informou inicialmente que 900 soldados estavam destacados no país árabe, no entanto, na última quinta-feira, o major-general Pat Ryder, secretário de imprensa do Pentágono, atualizou esse número para dois mil soldados na região.

Segundo Ryder, essas forças adicionais já estavam na Síria “há meses”, antes da queda do ditador Assad. O secretário de imprensa afirmou que as forças convencionais e de operações especiais do Exército dos EUA constituem a maior parte das tropas adicionais alocados no país do Oriente Médio.

Na sexta-feira, o Comando Central dos EUA (Centcom), que opera em todo o Oriente Médio, noticiou a morte de um membro de alto escalão do Estado Islâmico (EI) na Síria, identificado como Abu Yusif, também conhecido como “Mahmoud”, durante a operação especial após a fuga de Assad.

Desde a semana passada, representantes da diplomacia americana estão em contato direto, inclusive presencialmente, com o grupo rebelde sírio que liderou a derrubada de Al Assad, o Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS.

O grupo, liderado pelo assessor para assuntos do Oriente Médio, Daniel Rubinstein, incluía ainda a responsável do Oriente Médio no Departamento de Estado, Barbara Leaf, e o principal negociador do governo para a libertação de reféns, Roger Carstens.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, já deixou clara sua política menos intervencionista nas relações exteriores.

No primeiro mandato (2017-2021), o republicano tentou retirar as forças militares americanas da Síria, o que levou o antigo secretário da Defesa, Jim Mattis, a pedir demissão, na ocasião.

O Estado Islâmico, grupo radical sunita (um dos ramos do islamismo), surgiu no Iraque e se expandiu para a Síria em 2014, durante uma forte instabilidade política nos dois países, que enfrentavam guerras civis.

Em seu auge, entre 2015 e 2016, o ISIS controlava cerca de um terço do território sírio, especialmente o nordeste, e grandes faixas de terra, além de importantes cidades no Iraque.

Nos anos seguintes, grupos apoiados pelos EUA conseguiram retirar os terroristas de grandes porções de territórios nesses países, enfraquecendo as bases do Estado Islâmico. A nova crise interna síria logo acendeu um alerta do Ocidente para a possibilidade de reerguimento da organização extremista.



Fonte: Gazeta do Povo

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